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domingo, 13 de novembro de 2011

O Educador se constroi constantemente

"O Educador social se constrói constantemente no ato educativo, no relacionamento com seu educando, no dizer sim, ou dizer não. Ele enfrenta o tempo todo a pergunta que o(a) incomoda, e, que deve incomodar; "Sou Educador(a)?" É nesse questionamento, não da sua competência, mas da sua significação, que se dá a diferenciação entre a pessoa que exerce o ato educativo e o cargo de quem trabalha com Educação ou num programa ou projeto Social."    

Sou Educador social, há mais de 20 anos, com experiencia em espaços de conflito, abrigos (hoje Centros de Acolhimento) e ONGs. Trabalhei no Período 1984/1985, voluntariamente nas Praças de Belo Horizonte, entre elas, Praça Raul Soares. Retornei para São Gonçalo e, nos anos de  1999/2000, exerci a função de Educador Social de Rua no Projeto Social "Na rua Não" da Fundação para Infância e Adolescência de São Gonçalo (FIASG) ligado, na época, a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Gonçalo (P.M.S.G.). No período 2000/2002 no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), na função de arte-educador realizava atividades lúdicas, recreativas, esportivas e pedagógicas. No período 2001/2004, na Casa de Apoio às Adolescentes, atuei como recreador; em 2003 no Projeto Social  "Saia da Rua Menino" em São Gonçalo (FIASG), como Educador Social de Rua. No período de 2005/2007, na ONG JP (Jardim Paraíso), que tinha como objetivo trabalhar a prevenção ao alcoolismo de adolescentes da região de Jardim Paraíso em Itaboraí. Na época eram cerca de 200,  entre crianças e adolescentes, e realizávamos atividades culturais, esportivas, pedagógicas r reforço escolar. Na equipe de voluntários  contamos com uma Pedagoga, duas professoras, duas cozinheiras, um motorista, sete educadores sociais, e seis diretores, sendo 03 de São Gonçalo e 03 de Itaborai. Destaco como grandes apoiadores e fundadores o Sr. Firmiano, Sr. Mário (professor do Makenzie) e minha querida Michelly Fernandes. Pelas  dificuldades de conseguirmos parceiros o trabalho teve de ser encerrado. No período de 2006 alguns trabalhos voluntários relacionados a questão social. Em 2007,  no Projeto Territórios Livres do Movimento de Mulheres em São Gonçalo, onde o objetivo era traçar um diagnostico da criança e do adolescentes em situação de vulnerabilidade social, atuei como Agente Social. No ano de 2008, um treinamento com estudantes da UFF que realizavam um trabalho sobre População em situação de risco social na rua em São Gonçalo, contribui com um pouco da minha experiencia e com uma palestra naquela Faculdade, desde 2009 no Centro de Acolhimento e Cidadania, da FIASG, como Educador Social. E nesses longos anos em que atuo desenvolvendo atividades em diversos espaços, como o de conflito (rua), abrigos, trabalhos voluntários, programas e projetos sociais, percebo como essa construção é importante e a troca de experiencias é fundamental. Com certeza sempre realizei meu trabalho pautado na ética e, procurando sempre me capacitar para atuar, sabendo que não existe "receita de bolo" nesta profissão, mas se enriquecermos a nossa prática com conhecimentos técnicos de profissionais experientes, sem dúvida a qualidade será muito melhor naquilo que for proposto ou realizado. Muitas vezes  o Educador Social atua  com a razão e muitas com o coração, mas sempre devemos buscar o ponto de equilíbrio entre as ações, pois  o nosso papel nas Instituições não é meramente um servidor que ao findar o mês receberá o salário, e muito mais que isso, é uma relação constante entre educador e o educando, onde não devemos perder a oportunidade de acrescentar na vida do educando algo novo, uma nova perspectiva, reforçar a esperança, e acreditar sempre na transformação do ser humano. Não devemos ter simplesmente a convicção de que estamos ali para educar ou ensinar, mas ter a certeza que existe uma relação de trocas invariáveis e que nos enriquece todo dia, ter a certeza e passar essa certeza que mudar é possível. Ser Educador Social não é fazer caridade, discriminar o próximo, não fazer juízo de valores, não ser preconceituoso, não deixar que o problema social caia no senso comum. Entendo que é muito mais,  muito mais que isso.  É acreditar no ser humano como ser resiliente, ter uma escuta sensível e ativa, ser paciente, e sobretudo colocar-se no lugar do outro e entender que voce pode promover algumas possibilidades para o caminhar do educando. Proporcionar uma caminhada diferente e com novas perspectivas oriundas do desejo de ver a igualdade sociail se cumprindo por intermédio de justiça social e uma ação, não só profissional, mas principalmente, humana. Aí sim, percebemos uma contribuição efetiva para que tenhamos um universo com ações positivas em todos os sentidos e sem nenhum preconceito ou discriminação.


JACY MARQUES PASSOS