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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ANALISE DO TEXTO DE DRUMMOND






AUTOR: JACY MARQUES PASSOS 


Curso de Extensão em Pedagogia Social para o Século XXI.



Atividade Prática:

Discutir a Poesia de Drummond “A Escola dos meus sonhos” e analisar

 

 




Jacy Marques Passos

Niterói, 20 de Novembro de 2014.

INTRODUÇÃO

                       

                        O Curso de Extensão de Pedagogia Social (PIPAS) que acontece na UFF proporciona preciosos aprendizados. E a tarefa desse mês nos remete a uma reflexão séria sobre o olhar sobre as nossas práticas e do quanto, os educandos necessitam dessa transformação. Com certeza, a escola não tem como mudar sozinha, não se pode deixar a cargo apenas da diretora essa responsabilidade, onde, o desenvolvimento do Plano político pedagógico, deva ser realizado a varias mãos, com a participação de pais, docentes e alunos, devolvendo a comunidade, um lugar onde o aluno sinta o prazer de estar, de conviver e, sobretudo, seja prazeroso estudar.

            “a semente da divindade está em todos, basta que se traga a tona” e “não existe pedagogia se não houver amor”                           Johann Heinrich Pestalozzi


Pedagogia Social, matéria exposta com o respeito que o tema merece pela professora Margareth Martins Araújo, deixou clara essa posição, onde, o papel do Educador e do educando devem ser de mútuo respeito, e que, através dessa Poesia “A Escola dos meus sonhos”, poder contemplar realidades que quando experienciadas, darão cores vivas à Educação, pois não ensinamos máquinas, trata-se de pessoas em desenvolvimento que vão requerer do docente, segundo o Mestre Paulo Freire, um saber de experiência pura, para que não mais tenhamos tantas evasões escolares, tanto descrédito na formação de alunos, para que se possa dentro de um Projeto ético, político pedagógico, transformar e quebrar paradigmas, no qual vivenciamos e do qual, sabemos que pode melhorar e muito.     
Muitas reflexões sobre as nossas práticas, pois, a indignação, deve nortear as nossas ações, em virtude, daqueles que não querem uma pedagogia da autonomia, da superação, do amor, da inclusão, da afetividade, porque “tramam contra aquele espaço em realizamos nossas atividades, tramam contra o educando, tramam contra o Educador, enfim, tramam contra as nossas ideias”.
Faço questão de pontuar o recorte sobre o mundo atual feito, pela professora Margareth, pois, trazem questionamentos que potencializam e norteiam as nossas práticas, por um viés reflexivo, sobre as nossas atuações, na interface do nosso papel, enquanto Educador Social, profissional de um espaço de convivência e suas diversidades, que propõe indignar-se sempre. As pontuações verdadeiras desse recorte dão visibilidade ao que está intrínseco e, acrescentam com essa discencia, um perceber diferente, com a dimensão exata do que encontraremos em nossos espaços de trabalho, e com isso, entender o educando, no que diz respeito à vulnerabilidade relacional e da falência Universal acelerada:
Ø  Escolas que não conseguem ensinar;
Ø  Universidades nada universais;
Ø  Corporações que não conseguem cooperar sem competir;
Ø  Sistema de saúde insalubre;
Ø   Sistema de bem estar social onde ninguém passa bem;
Ø  Sistemas agrícolas que destroem o solo e envenenam alimentos.

Ao ler esta poesia, é que entendemos o quanto necessitamos de mudanças, pois, são urgentes e necessárias na Educação, pelo fato de perceber que, o que permeia os interesses desse importante seguimento e estagio de nossas vidas, a escola, é a despreocupação na aplicação de métodos que visem melhorar a condição do indivíduo que passa anos de sua vida em um espaço, que, após tantos avanços ocorridos na humanidade, não consegue contemplar algo diferente.  

A ESCOLA DOS MEUS SONHOS

Eu queria uma escola que cultivasse
 a curiosidade de aprender
 que é em vocês natural.

 Eu queria uma escola que educasse
 seu corpo e seus movimentos:
 que possibilitasse seu crescimento
 físico e sadio. Normal

 Eu queria uma escola que lhes
 ensinasse tudo sobre a natureza,
 o ar, a matéria, as plantas, os animais,
 seu próprio corpo. Deus.

 Mas que ensinasse primeiro pela
 observação, pela descoberta,
 pela experimentação.

 E que dessas coisas lhes ensinasse
 não só o conhecer, como também
 a aceitar, a amar e preservar.

 Eu queria uma escola que lhes
 ensinasse tudo sobre a nossa história
 e a nossa terra de uma maneira
 viva e atraente.

 Eu queria uma escola que lhes
 ensinasse a usarem bem a nossa língua,
  a pensarem e a se expressarem
 com clareza.

 Eu queria uma escola que lhes
 ensinassem a pensar, a raciocinar,
 a procurar soluções.

 Eu queria uma escola que desde cedo
 usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...

Oh! meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola
 em que tenham que copiar pontos.

 Deus que livre vocês de decorar
 sem entender, nomes, datas, fatos...

 Deus que livre vocês de aceitarem
 conhecimentos "prontos",
 mediocremente embalados
 nos livros didáticos descartáveis.

 Deus que livre vocês de ficarem
 passivos, ouvindo e repetindo,
 repetindo, repetindo...

 Eu também queria uma escola
 que ensinasse a conviver, a
 coooperar,
 a respeitar, a esperar, a saber viver
 em comunidade, em união.

 Que vocês aprendessem
 a transformar e criar.

 Que lhes desse múltiplos meios de
 vocês expressarem cada
 sentimento,
 cada drama, cada emoção.

 Ah! E antes que eu me esqueça:

 Deus que livre vocês
 de um professor incompetente.

Carlos Drummond de Andrade


A escola do sonho de todos é essa. Um ambiente onde o aluno é quem deve ser o protagonista e com isso, ser mais respeitado.
Sonhar uma escola onde não haja tantas cobranças, tantos nomes e datas a gravar, enfim, tantas responsabilidades que não redundam em autonomia, é engessar e limitar a capacidade do ser humano. Trabalhar no sentido de buscar, alternativas sólidas de um viver com liberdade de expressão entendendo que trabalhinhos de aula, trabalhinhos de casa, tornam-se abstrações na vida do educando.
            Drummond destaca a relevância de um aprender e o quanto, a discência, será fundamental e imprescindível, no momento que, se entender, que as fases da infância e o adolescer, necessitam de construções que venham e tragam, nesse contexto, prazer e alegria de estar na escola e fazer parte de uma turma em sala de aula.
Atualmente, crianças e adolescentes não aceitam mais blá blá blá, estão requerendo do Educador uma abordagem acerca das demandas do cotidiano, lembrando que as matérias convencionais, não podem nem devem ser abstraídas, do currículo escolar, nem da vida do educando, mas podem sim, serem acrescidos ao ensinar o saber de experiência pura, onde essas demandas parte integrante  dessas realidades e o material explícito inerentes a esses alunos, devam sim, ser tratados com o respeito e a dignidade que merecem.
A escola dos sonhos, não tem paredes ou muros que demarque os espaços, não tem limite para se aprender e ensinar, ela é construída, a partir da certeza que mudanças urgentes são inquestionáveis, transformações precisam nortear essa construção, e isso, perpassa em deixar a criança ser criança e o adolescente ser adolescente, e o educador, esse, deve internalizar o seu papel e sua competência, cuja finalidade e a função, vai muito alem dos muros e portões de um prédio, e só assim, contemplar esse novo paradigma, e com toda razão ser e estar fazendo parte de uma história, não só na educação, mas nas vidas que nos são entregues todos os dias.
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”                                            Paulo Freire                                                                 
CONCLUSÃO
  No escopo da Pedagogia social, reside um leque de possibilidades apresentada de forma bem dissertada pela Professora Margareth, na poesia de Carlos Drummond, que dialoga perfeitamente com esse pensar, percebemos que ainda há muito o que se fazer, e na escola espaço de formação em todos os graus, deveria haver mais respeito e dignidade com o educando e, ao entendermos a mensagem de Drummond, os que tramam contra a Educação de qualidade, irão dizer: Tudo é muito lindo no papel, na prática não dá certo.
Para esse grupo de pessimistas de plantão deixo uma importante frase da professora Gabriella Mafei: “Se há falhas nas nossas práticas é porque, provavelmente houve falhas e obstáculos na nossa formação”.
Buscar alternativas para um construir consciente é agir na prevenção, e levar o educando, a refletir e valorizar as conquistas, atuar com respeito à sua história, desenvolver-se enquanto pessoa e profissional na dura realidade de crianças e adolescentes, pois, a desigualdade social trás consequências que implicam sobremaneira o público infanto-juvenil, que é o nosso público alvo.
Valorizar o indivíduo, não apenas, transferir conhecimentos, buscar alternativas e, ter a compreensão da amplitude da responsabilidade na construção de um caminhar com qualidade, é o papel do Educador Social que, perpassa também, por ser um Educador crítico, não mecânico nas atitudes, e essa criticidade, aguçará a curiosidade, produzindo assim, novos aprendizados e conhecimentos.
Concluo acenando positivamente para essa realidade e afirmar que podemos sonhar sim com essa escola, contudo, melhorar nossas praticas valorizando o educando, a escola e sobretudo, a Educação será primordial nas nossas ações e, um grande passo para essa tão sonhada escola, a escola dos nossos sonhos, alicerçados por uma certeza. A certeza que é possível!        
Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante! Paulo Freire

REFERENCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1970.

PESTALOZZI, Johann Heinrich - Minhas indagações sobre a marcha da natureza no desenvolvimento da espécie humana (A Teoria dos três estados do desenvolvimento moral), 1797.