Ao abordar temas relevantes como a teoria do
capital humano, a neoteoria do capital humano e a sociedade do conhecimento, percebe-se
que são temas que se imbricam, contudo esclarecem as ideologias nas quais são
utilizadas todo tempo, de modo a deslocar o foco de forma que seja
imperceptível a intencionalidade de subverter sob essa lógica, o verdadeiro
papel da Educação na sociedade.
E necessário compreender que na teoria do capital humano, não haja
reflexão na perspectiva, daqueles que se utilizam da escola ou da educação, o
real sentido de se implantar uma ideologia, cuja finalidade deixe sublinhado os
resultados negativos com relação aos jovens pois o pensamento que permeia a
temática do capital humano perpassa por compreender que ter estudo significa
ter espaço que garantam salários e poder aquisitivo melhor, contudo essa
tendência, não possibilita, ou se adquira a consciencia, da contramão na qual
caminha a humanidade e o quanto contribui para o perverso capitalismo.
Nesse sentido, os discursos de igualdade para todos também é uma
ferramenta que não se traduz numa realidade de fato, pelo contrário, as
desigualdades vão se acentuando ao ponto de uma nova temática, não assumir, mas
se alinhar, com os objetivos daqueles que fazem parte de uma minoria dominante,
ao introjetar conceitualmente, a neoteoria do capital humano, na qual, a
educação agora, não tem mais o papel de burlar o seu significado na sociedade,
e sim de se transformar em um produto a ser consumido, com o intuito e
finalidade de formar o cidadão para empregabilidade, o que faz com que haja
investimentos do Banco Mundial numa lógica a utilizar mais uma vez a educação
como meio de aumentar o poder capitalista reinante na sociedade. Essa nova
teoria, também não contribui para desconstrução do pensamento neoliberal
tecnicista, pelo contrário, existe o fortalecimento desse conceito que,
possibilita sair dessa esfera, direcionando o olhar para a sociedade do
conhecimento.
A partir desse pressuposto, vivendo agora, na sociedade do conhecimento,
após viver nas sociedades, rural e industrial, se estabelece uma nova dinâmica
no cenário brasileiro que, perpassa por não percebermos que estamos lidando com
o velho de roupa nova, ou seja, as teorias de Marx, sobre alienação,
assalariamento, mais valia absoluta e relativa, venda da força de trabalho, não
perderam espaço na nova teoria que se apresenta até os dias atuais, o materialismo
dialético e a divisão de classes, sob uma ótica que substitui as esteiras
fordistas e Tayloristas e se ocupa agora de outras formas de fortalecimento do
capitalismo.
Portanto, recrudesce praticas pontuais de
construção concreta, enquanto docentes e pedagogos, e que se desconstruam
ideologias, que se utilizam da educação para desvirtuar o papel que lhe é
pertinente, uma vez que, na consciencia do devir, deve-se buscar sempre
alternativas e possibilidades através da reflexão sobre as nossas atuações, para
que tenhamos práticas melhores. Jacy Marques Passos
Contribuições da Professora BEATRIZ MARIA ARRUDA DE A PINHEIRO
Essas 3 visões têm o mesmo objetivo: ocultar o papel reprodutor da escola capitalista e legitimar as desigualdades.
Fazer com que cada cidadão aceite seu lugar social, achando que é responsável por ele.
O que muda é o contexto.
Exemplo: quando o desemprego aumenta com o neoliberalismo, a teoria do capital humano não pode mais prometer que mais educação gera mais renda individual.
Sem empregos, como prometer aos mais educados, mais renda?
Se você pode ter mais diplomas e ficar desempregado, como se pode acreditar em tais desculpas?
Assim, é desenvolvida a neoteoria do capital humano, que, para manter a aceitação da ordem
capitalista, afirma que mais educação apenas garante maior empregabilidade.
A ideologia vai tendo que oferecer novas leituras e novas desculpas para que continuemos a acreditar no papel redentor da educação e não questionemos o papel do Estado nem das relações de dominação na produção das desigualdades.