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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A DIFERENÇA ENTRE A FORMAÇÃO UNILATERAL E OMNILATERAL

a diferença entre a formação unilateral e omnilateral 


Penso essas diferenças, remetem a origem da temática proposta, na qual, o percurso feito, faço o recorte no período feudal, cujo homem e a relação com o trabalho, perpassa por um processo artesanal de sua produção, e um olhar para um viver do seu trabalho, sem o advento do lucro sobre aquilo que era produzido.
Nesse contexto percebe-se a ação do homem e seu modo de produção no período feudal, sem nenhum conhecimento tecnológico, que apontasse para uma relação homem e trabalho, que visavam, a perspectiva da sobrevivência, através do seu trabalho.
Nesse longo percurso, no entanto e, com o advento da revolução industrial, período que sucedeu o feudalismo, inclui na sociedade outras necessidades que antes, não se verificava, e que, pelas mudanças radicais, na perspectiva do trabalho, se introduziu no processo produtivo do homem e sua relação com o trabalho.
Nessa perspectiva, novos elementos se estabelecem, e agora, os homens se apropriam do trabalho de outros homens, o que faz com que, o homem se exproprie das funções que executam, alienando o trabalhador da sua própria produção, pois, agora o homem não se percebe nesse meio de produção, fortalecendo então divisão, da sociedade e por conseguinte a ratificação das classes bem definidas. De um lado a Burguesia, de outro lado, o proletariado.
Nesse sentido, as famílias agora, buscam o trabalho nos grandes centros, o que resulta em uma grande concentração nas cidades. Esse fato ontológico e sociológico, de certa forma, possibilita o pensamento de uma escola que preparasse os filhos desses trabalhadores para o trabalho, na lógica da divisão de classes, oriunda do capitalismo já patente na sociedade.
É necessário compreender que, o que muda são as relações sociais, e não, a centralidade do trabalho, existente deste o princípio da humanidade. Nessa compreensão, perceber que outras transformações agregam à essa abordagem, à medida que trazem reflexões, no que diz respeito, aos interesses da dualidade da qual a educação passa, e passa a ser reprodutora das ideologias na lógica da sociedade de classes, em virtude do capitalismo preeminente, com base no pensamento de Marx e Gramsci, que legitima para dualidade, e educa também, para dualidade.
Nesse sentido, uma ideologia que opera é a dos direitos iguais, o que oculta a base do real papel que escola deveria realizar. E o que se percebe, é o trabalho na linha da violência simbólica a serviço da ideologia dominante, na qual, preparava o educando à docilidade e naturalização das ações desses alunos. O que torna diferente, daqueles que estudavam para o trabalho intelectual.
Sob esses aspectos, a escola da sociedade de classes, na logica capitalista, reproduz as relações de produção do capitalismo. Com certeza Inculcar a ideologia burguesa para reprodução dessa lógica era necessário para a continuidade.
Assim, com a universalização da educação que permeia gerações, mantem a dualidade viva que possibilita perceber as reproduções do passado até os dias atuais, sob a ótica da divisão de classes, o que vem formar o homem unilateral, ou seja, preparar o homem para inserção para o mercado de trabalho, o que exclui o real sentido da educação. A partir desses pressupostos, na atualidade, a formação técnica profissional, não lhe garante o próprio trabalho.
Logo, como educador reflexivo, que pensa uma educação diferente, numa sociedade melhor, que sabe seu papel nesse processo, no conceito de omnilateralidade, nesse legado de Marx, é que devemos buscar alternativas de pensamento que busque uma formação omnilateral, ou seja, uma nova visão de mundo que contemple o ético, o estético, o artístico, ou seja, em todas as dimensões humanas.
Portanto, compreender as diferenças, entre o homem unilateral e omnilateral, perpassa pelas compreensões das dimensões muito maiores, na perspectiva omnilateral e não mais unilateral que trata de uma limitação do sujeito e lhe impõe aligeiramento da formação. A partir desse pressuposto, o grande desafio, para nós enquanto educadores, é a formação do homem nos aspectos críticos, reflexivos e autônomos, rompendo com essa limitação demarcada pela unilateralidade da formação do homem, nessa mesma sociedade de classes.
Logo, entende-se que se trata de uma utopia, um homem livre, numa sociedade menos injusta, e com mais possibilidades de trabalhar, com as mãos e com a cabeça, numa formação omnilateral do homem, que se afirmam historicamente, na qual, saiba distinguir o artesanal do intelectual, contudo, enquanto existir alienação, venda força de trabalho, consciencia alienada, deve-se como educador transformador, reflexivo, quebrar paradigmas desconstruindo algumas situações postas, e mudar, na consciencia do devir, as nossas práticas como educadores, cujo papel recrudesça em nossas ações, na perspectiva de uma educação múltipla, e com os princípios, de um processo educativo para liberdade do indivíduo.
JACY MARQUES PASSOS 

EXPOENTES DA PEDAGOGIA SOCIAL - PROF. ROBERTO DA SILVA (USP) E MARGARETH MARTINS ARAUJO (UFF-RJ)



PROFESSOR ROBERTO DA SILVA (NO CENTRO) E PROFESSORA MARGARETH MARTINS ARAÚJO (NA FOTO ABAIXO), DOIS EXPOENTES E REFERENCIAS NA PEDAGOGIA SOCIAL.






quinta-feira, 25 de agosto de 2016

COORDENADORIA DA MULHER PROMOVE


A Secretaria Municipal de Politicas Publicas para o Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência, através da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres em parceria com o Programa UFF Mulher :

PROMOVE:










quarta-feira, 24 de agosto de 2016

GÊNERO DO DISCURSO - BAKTHTIN









GÊNERO DO DISCURSO - BAKTHTIN




Para cada momento da comunicação, seja verbal ou escrito, o indivíduo precisa saber que há uma especificidade, um gênero discursivo que determina os contextos interacionais. 

domingo, 21 de agosto de 2016

DIA DO EDUCADOR SOCIAL 19 DE SETEMBRO



Vivemos numa sociedade em processo de constantes modificações, fato que representa não ficar parado ou estagnado. Por essa razão, a consciencia do devir recrudesce em nossas ações e práticas, na perspectiva dos avanços da Pedagogia Social e sua aplicabilidade nos espaços formais e não formais.

Nesse sentido, Pistrak, autor de Fundamentos da escola do trabalho, consolida e ratifica em sua obra, essa dimensão em três aspectos centrais, que deve ser objeto das discussões dos educadores: as reflexões sobre a relação entre escola e trabalho; a proposta de auto-organização dos estudantes; e a organização do ensino através do sistema de complexos temáticos, eixos importantes no desenvolvimento das práticas. Esse último, pela relação que tem com a reflexão sobre os temas geradores, proposto por Paulo Freire.

A partir desse pressuposto, o papel do Educador Social, enquanto mediador das reflexões dialógica e dialética, se constrói numa base sólida, que perpassa pela construção de uma relação sendo, um com o outro, e na perspectiva da quebra de paradigmas, ao buscar a compreensão dessa mesma sociedade no que diz respeito aos papeis da escola e da Educação, que deve ressignificar, na essência, os seus verdadeiros valores.

Nesse contexto, é necessário compreender que o epistemé relacionado a educação difere do que se percebe na atualidade, fato que desmonta o real papel da Educação, que hoje, é vista como um produto na sociedade do conhecimento, e que, fortalece as ideologias que permeiam gerações.

Assim, a reconstrução da Educação, como possibilidade de desconstrução das ideologias que se utilizam da educação, como alternativa para reprodução de práticas perversas dos seus reais significados, apontam para caminhos de muito trabalho, muitas lutas e construções que perpassa pela pedagogia social, que tem representatividade e significado de educação holística. 

Logo, a Pedagogia Social, como ferramenta para transformação, torna-se necessária e urgente, através de ações pontuais que servirão para instrumentalizar o Educador Social, nessa construção consciente, e que, resultarão em benefícios, visto que, para isso, precisará utilizar três ferramentas indispensáveis: firmeza ideológica; política nos princípios e valores da luta e justiça social; e com muita autonomia e criatividade para ajudar a recriar as práticas e organizações sociais.

Portanto, o dia dezenove de setembro, dia nacional e municipal do Educador Social, representa às práticas constantes de lutas para a liberdade nos processos educativos e sociais,  com sensibilização, sentido e significado dos nossos objetivos para combater o que desvirtua o percurso da educação social, pois, a nossa conquista, significa saber lutar e saber construir.  

REFERENCIA:
Pistrak, M.M.  - Tradução Daniel Aarão Filho. Fundamentos da Escola e do Trabalho. São Paulo, Expressão Popular - 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

CAPITAL HUMANO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Ao abordar temas relevantes como a teoria do capital humano, a neoteoria do capital humano e a sociedade do conhecimento, percebe-se que são temas que se imbricam, contudo esclarecem as ideologias nas quais são utilizadas todo tempo, de modo a deslocar o foco de forma que seja imperceptível a intencionalidade de subverter sob essa lógica, o verdadeiro papel da Educação na sociedade.
E necessário compreender que na teoria do capital humano, não haja reflexão na perspectiva, daqueles que se utilizam da escola ou da educação, o real sentido de se implantar uma ideologia, cuja finalidade deixe sublinhado os resultados negativos com relação aos jovens pois o pensamento que permeia a temática do capital humano perpassa por compreender que ter estudo significa ter espaço que garantam salários e poder aquisitivo melhor, contudo essa tendência, não possibilita, ou se adquira a consciencia, da contramão na qual caminha a humanidade e o quanto contribui para o perverso capitalismo.
Nesse sentido, os discursos de igualdade para todos também é uma ferramenta que não se traduz numa realidade de fato, pelo contrário, as desigualdades vão se acentuando ao ponto de uma nova temática, não assumir, mas se alinhar, com os objetivos daqueles que fazem parte de uma minoria dominante, ao introjetar conceitualmente, a neoteoria do capital humano, na qual, a educação agora, não tem mais o papel de burlar o seu significado na sociedade, e sim de se transformar em um produto a ser consumido, com o intuito e finalidade de formar o cidadão para empregabilidade, o que faz com que haja investimentos do Banco Mundial numa lógica a utilizar mais uma vez a educação como meio de aumentar o poder capitalista reinante na sociedade. Essa nova teoria, também não contribui para desconstrução do pensamento neoliberal tecnicista, pelo contrário, existe o fortalecimento desse conceito que, possibilita sair dessa esfera, direcionando o olhar para a sociedade do conhecimento.
A partir desse pressuposto, vivendo agora, na sociedade do conhecimento, após viver nas sociedades, rural e industrial, se estabelece uma nova dinâmica no cenário brasileiro que, perpassa por não percebermos que estamos lidando com o velho de roupa nova, ou seja, as teorias de Marx, sobre alienação, assalariamento, mais valia absoluta e relativa, venda da força de trabalho, não perderam espaço na nova teoria que se apresenta até os dias atuais, o materialismo dialético e a divisão de classes, sob uma ótica que substitui as esteiras fordistas e Tayloristas e se ocupa agora de outras formas de fortalecimento do capitalismo.
Portanto, recrudesce praticas pontuais de construção concreta, enquanto docentes e pedagogos, e que se desconstruam ideologias, que se utilizam da educação para desvirtuar o papel que lhe é pertinente, uma vez que, na consciencia do devir, deve-se buscar sempre alternativas e possibilidades através da reflexão sobre as nossas atuações, para que tenhamos práticas melhores. Jacy Marques Passos

Contribuições da Professora
BEATRIZ MARIA ARRUDA DE A PINHEIRO

Essas 3 visões têm o mesmo objetivo: ocultar o papel reprodutor da escola capitalista e legitimar as desigualdades. 
Fazer com que cada cidadão aceite seu lugar social, achando que é responsável por ele. 
O que muda é o contexto. 
Exemplo: quando o desemprego aumenta com o neoliberalismo, a teoria do capital humano não pode mais prometer que mais educação gera mais renda individual. 
Sem empregos, como prometer aos mais educados, mais renda? 
Se você pode ter mais diplomas e ficar desempregado, como se pode acreditar em tais desculpas? 
Assim, é desenvolvida a neoteoria do capital humano, que, para manter a aceitação da ordem 
capitalista, afirma que mais educação apenas garante maior empregabilidade. 
A ideologia vai tendo que oferecer novas leituras e novas desculpas para que continuemos a acreditar no papel redentor da educação e não questionemos o papel do Estado nem das relações de dominação na produção das desigualdades.

CONECTIVOS - LINGUA PORTUGUESA




Conectivos
São conjunções que ligam as orações, estabelecem a conexão entre as orações nos períodos compostos e também as preposições, que ligam um vocábulo a outro.

O período composto é formado de duas ou mais orações. Quando essas orações são independentes umas das outras, chamamos de período composto por coordenação. Essas orações podem estar justapostas (sem conectivos) ou ligadas por conjunções 
(= conectivos).
CONECTIVOS
Coordenativos são as seguintes 



 ADITIVAS

(Adicionam, acrescentam): e, nem (e não), também, que; e as locuções: mas também, senão também, como também...

Ela estuda e trabalha.

ADVERSATIVAS


(Oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, que. Também as locuções: no entanto, não obstante, ainda assim, apesar disso.

Ela estuda, no entanto não trabalha.

ALTERNATIVAS



(Alternância): ou. Também as locuções ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer...

Ou ela estuda ou trabalha.

CONCLUSIVAS

(Sentido de conclusão em relação à oração anterior): logo, portanto, pois (posposto ao verbo). Também as locuções: por isso, por conseguinte, pelo que...

Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada.

EXPLICATIVAS


(justificam a proposição da oração anterior): que, porque, porquanto...

Vamos estudar, que as provas começam amanhã.

Quando as orações dependem sintaticamente umas das outras, chamamos período composto por subordinação. Esses períodos compõem-se de uma ou mais orações principais e uma ou mais orações subordinadas.


CONECTIVOS

subordinativos são as seguintes conjunções e locuções subordinadas:

 CAUSAIS
(Iniciam a oração subordinada denotando causa.):
Que, como, pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso que, pois que, já que, visto que...

Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.







(Iniciam a oração subordinada denotando causa.):
Que, como, pois, porque, porquanto. Também as locuções: por isso que, pois, que, já que, visto que...

Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.

COMPARATIVAS

(Estabelecem comparação): que, do que (depois de mais, maior, melhor ou menos, menor, pior), como...também as locuções: tão...como, tanto...como, mais...do que, menos...do que, assim como, bem como, que nem...

Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos.

CONCESSIVAS

(Iniciam oração que contraria a oração principal, sem impedir a ação declarada): que, embora, conquanto. Também as locuções: ainda que, mesmo que, bem que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que...

Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação.

CONDICIONAIS

(Indicam condição):
se, caso. Também as locuções: contanto que, desde que, dado que, a menos que, a não ser que, exceto se...

Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação.

(Indicam condição):
As locuções para que, a fim de que, por que...

É necessário estudar com dedicação, para que se obtenha aprovação.

TEMPORAIS

(Indicam circunstância de tempo): quando, apenas, enquanto...também as locuções: antes que, depois que, logo que, assim que, desde que, sempre que...

Ela deixou de estudar com dedicação, quando foi aprovada.

CONSECUTIVAS

(Indicam consequência): que (precedido de tão, tanto, tal) e também as locuções: de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que...

Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família.

INTEGRANTES

(Introduzem uma oração):se, que.

Ela sabe que é importante estudar com dedicação.

Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/conectivos/

REFLEXÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA




REFLEXÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA



Uma ideia, afirmava Kant, “não é outra coisa senão o conceito de uma perfeição que ainda não se encontra na experiência” (1996:17). Todas as pessoas têm “ideias” que julgam e creem ser uma “perfeição” e por isto a defendem. Daí se originam as discordâncias e os conflitos. Numa perspectiva individualista, _ tão acirrada nesta etapa do neoliberalismo _ cada um irá permanecer com sua “ideia”, com sua limitação e com sua impossibilidade de crescer, de evoluir, de avançar, emperrando tudo e todos. Na perspectiva democrática, cada um irá debater sua “ideia” e construir coletivamente as ideias prioritárias, fundamentais e necessárias às sábias tomadas de decisão sobre a educação e o ensino, isto é, sobre a formação humana para o mundo globalizado. 

Quando as “ideias” são expostas, examinadas e debatidas, constroem-se novas “ideias” que vão originar novas “perfeições” não individuais, mas cultivadas e lapidadas coletivamente numa verdadeira “perfeição” necessária à formação humana, pela qual a escola é responsável _ o projeto político-pedagógico _ constituindo-se esta garantia, a razão de ser da gestão da educação que expressa um compromisso estabelecido coletivamente. (FERREIRA, Naura Syria C., 2001, p.311).

terça-feira, 16 de agosto de 2016

LIVROS PEDAGOGIA SOCIAL , BOA LEITURA!

LIVRO PEDAGOGIA SOCIAL - AUTORA DRA. MARGARETH MARTINS ARAÚJO




A Pedagogia Social é um componente da Pedagogia que se responsabiliza diretamente com a inclusão das crianças em situação de vulnerabilidade social no universo escolar. Quanto mais a população de um país é entregue a própria sorte, maior se faz a necessidade da pedagogia Social, que se traduz em um fazer pedagógico voltado para a realidade das crianças e adolescentes expostos a todo o tipo de dificuldades oriundas de uma educação direcionada para um público com valores e necessidades bem diferentes. Dificuldades estas que não abrangem apenas o âmbito educacional como também o social, o político e o afetivo, por exemplo. 

Ao abraçarmos a Pedagogia Social como tema de trabalho, como foco do nosso interesse, como questão reflexiva, o fizemos por perceber o quanto precisamos aprender com os sujeitos do flagelo social brasileiro para com eles trabalhar. São milhões de crianças e jovens que não se vêm contemplados no cotidiano das escolas, que se sentem alijados de um processo do qual seus próprios pais e avós, quem sabe, também o foram e, por mais que possa parecer uma “questão hereditária”, trata-se de um processo histórico de exclusão que, ao longo dos anos, transforma em marginais seres humanos capazes, competentes e brilhantes. 

Muito pouco ou quase nada do que aprendi me auxilia para com eles lidar. É preciso me formar, me alfabetizar em uma nova forma de ser e estar professora para construir um novo sentido para o magistério por mim exercido. Penso existir em algum lugar professores que comunguem com minhas ideias e é para eles e com eles que abrimos um espaço de trabalho como este. As questões investigativas são construídas, principalmente, na dor, no calor do exercício de um fazer que se impõe a cada dia, a cada hora. Não diferente, suas respostas são oriundas do amor, do compromisso forjados a ferro e fogo no cadinho da existência humana. Apenas um professor capaz de enxergar-se em seus alunos, será capaz de ao resgatá-los do processo de indigência educacional em que se encontram resgatar- se também.

Ouso afirmar a existência de um tripé que se constitui em um desafio permanente para o Educador Social: o primeiro pilar é o da construção de sua própria identidade. Uma identidade que só faz sentido atrelado ao outro; ou seja, ao aluno. O segundo o da aceitação, é preciso aceitar seu aluno como ele é, com suas histórias e memórias, com seus textos e contextos de emergências. É possível afirmar que o processo de aceitação do outro passa, principalmente, pela própria aceitação, caso contrário, não passará de mero discurso representado por palavras soltas ao vento. Falamos, portanto, de testemunho vivo de um fazer capaz de por em diálogo o binômio teóricoprático, invocando permanentemente a questão da coerência, o que nos é bastante desafiador. E finalmente, porém não menos importante, o terceiro pilar é o da responsabilidade. Para além de se identificar com os educandos e neles se reconhecer e, aceitá-los em sua legitimidade, o Educador Social precisa responsabilizar-se por eles. Responsabilizar-se a tal ponto por seu fazer pedagógico que será impensável não incluir o sucesso dos educandos no rol do seu próprio sucesso. Falamos, portanto, de uma relação de pertencimento capaz de compreender educador e educando como partes integrantes de uma mesma realidade, não fazendo mais sentido a existência de um sem o outro. 


COORDENADORA DO PROJETO PIPAS - UFF  - PEDAGOGIA SOCIAL

RELATO DE EXPERIENCIA



CONSELHEIRO TUTELAR
Jhonatan Costa dos Anjos


      Sou Jhonatan Costa dos Anjos, 29 anos, Educador Social, graduando em Jornalismo pela UNICARIOCA/RJ e Conselheiro Tutelar na cidade de Niterói. Minhas atividades trabalhando com o público infanto-juvenil tiveram início quando eu ainda era um adolescente, aos 13 anos de idade. Neste período, participava das atividades socioeducativas promovidas pela SBSF - Sociedade Beneficente da Sagrada Família, Instituição gerida pela Congregação das Irmãs Missionárias da Sagrada Família, localizada no bairro Fonseca e que atende até hoje crianças e adolescentes de diversas comunidades da região, dentre estas a Vila Ipiranga, onde nasci e vivo até hoje. Ainda aos 13 anos fundei a BAMUSF - Banda Musical da Sagrada Família, onde permaneci como maestro até o ano de 2008, com o objetivo principal de trabalhar a música na vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos da comunidade, propagando conhecimento e envolvimento cultural. Também na SBSF fui orientador e coordenador da EIC - Escola de Informática e Cidadania, onde, através de oficinas de informática, diversas temáticas de cidadania do dia a dia eram trabalhadas com os mais diversos públicos atendidos. 

      Entre 2013 e 2014, integrei o quadro Parceiros do RJ, da TV Globo, representando a cidade de Niterói; onde, através de reportagens, procurava mostrar problemas e dificuldades diversas que muitos moradores enfrentavam em suas comunidades, bem como, propagar ações e atividades desenvolvidas por pessoas ou grupos nos níveis sociais, culturais, educativos e esportivos. 

      Atualmente sou membro do III Conselho Tutelar de Niterói (Região Norte) onde exerço o cargo de Conselheiro Tutelar desde dezembro de 2011, estando atualmente no segundo mandato. No ano de 2015 exerci a presidência do Conselho.

Publicado na Revista Pedagogia Social, N° 1  - leia mais.... Clique em:

sábado, 13 de agosto de 2016

INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSVERSALIDADE


COMPREENDER A DIFERENÇA:

TRANSVERSALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE:

A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento, produzindo por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles — questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação entre disciplinas.

TRANSVERSALIDADE:
A transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade).

INTERDISCIPLINARIDADE:
Se fundamenta na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado;
Aponta a complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos.
Mas difere da transversalidade, uma vez que se refere a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto aquela diz respeito principalmente à dimensão da didática;
Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se mutuamente;
Por essa mesma via, a transversalidade abre espaço para a inclusão de saberes extraescolares, possibilitando a referência a sistemas de significado construídos na realidade dos alunos.

Os Temas Transversais, portanto, dão sentido social a procedimentos e conceitos próprios das áreas convencionais, superando, assim, o aprender apenas pela necessidade escolar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

IGARAPE




LEIA  E FAÇA UMA REFLEXÃO




"Uma pesquisa feita pelo Instituto Igarapé foi ouvir a voz de crianças de localidades inseguras e de baixa renda, mapeando suas percepções sobre violência. Os dados são de dar medo, mas esse medo não chega nem perto do que essas crianças passam diariamente".

VISITANTES INTERNACIONAIS ALEM DO BRASIL








ESTADOS UNIDOS – ALEMANHA – FRANÇA – MALÁSIA – VENEZUELA – ESPANHA – RUSSIA – UCRÂNIA – CABO VERDE – INDIA – POLÔNIA - CHINA – ANGOLA – CANADÁ  - ARÁBIA SAUDITA – URUGUAI – ENTRE OUTROS


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EDUCADOR SOCIAL






terça-feira, 9 de agosto de 2016

E A REALIDADE?


Uma viagem Olímpica, 2016 – Rio de Janeiro

Penso que os jogos olímpicos em toda essência e mensagens que são peculiares, nos transmitem sensações, num misto muito forte de emoções, alegrias, tristezas, frustrações e apogeu, esse último, mais relacionado ao atleta, do que propriamente a nação, pois quem desfruta da maior parte desse bolo é o merecedor dele. Aquele que se dedicou, empenhou, ralou, chorou, competiu, ganhou!

Desde a Grécia antiga (há 2.168 anos) o significado é, união dos povos, paz entre as nações que disputam os jogos, respeito às regras, e tudo, realizado milimetricamente conforme convencionado desde a sua criação. Existe um padrão, é inegável, e o que se pode perceber é que, em todas as cidades onde são realizados os jogos, o engessamento dos pauperizados é pontual.

Ontem, como a realização dos Jogos é na cidade do Rio de Janeiro, estive em uma das Arenas (Rio Centro). O que pude perceber, e o que ficou claro e evidente, é que as mídias, o governo Federal, Estadual e Municipal e a camada mais abastada da população, os donos de um País reificado, ratificam essa reificação quando produzem através dos meios de transporte a cauterização psicológica simbólica, daqueles que se deslocam para assistir um evento.

É necessário entender que essa cauterização psicológica simbólica, acontece de maneira sutil, contudo peculiar, que na sua diversidade fica invisível pelas emoções que produzem na sua execução. Ao partir para jornada esportiva, primeiro Pira do Povo, Candelária, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), conduz até uma estação do Metrô, onde, na empolgação percebe-se as belezas do antigo bonde, numa versão mais atualizada que, esconde e deixa a margem, a história que não pode se apagar, a chacina da Candelária ocorrida em 23 de julho de 1993.

Na estação Carioca do Metrô, à sua volta, a população invisível de Rua, está ali firme, demarcando o contraste social, resultado das injustiças sociais recorrentes no país, bem ali pertinho, para quem quiser ver, porém, a direção dos jogos é para a Zona Sul, o que significa, passar correndo pelos invisíveis, pois as próximas estações subterrâneas não possibilitam contemplar tais desigualdades. 

Chegando na Estação General Osório, ali por dentro da estação mesmo, para que não haja possibilidade de perceber ou ver a nossa realidade de tantos anos, lá fora, dormindo ou com fome, o certo é, que debaixo de alguma marquise tem alguém morando. Desce a escada até chegar ao trem, já no vagão, encontramos ali, americanos, holandeses, alemães, franceses, japoneses, brasileiros e tantas outras nacionalidades, numa torre de babel metroviária memorável.

A viagem continua escondendo o nó social, que os governantes, não desatam há muitos anos, e nesse caso em especial, os problemas sociais, ”podem esperar”, pois, é só um curto período de jogos! Continua a viagem, agora do Metrô, até chegar à Estação do BRT ((Bus Rapid Transit), de maneira que o ser humano saia do VLT, entre no Metro, passe para outro trem e por fim, ali por dentro mesmo, embarque no BRT até as Arenas.

Como veremos a triste realidade do Rio, um Estado falido, se intrinsecamente através dos transportes escondemos embaixo do tapete?

A proposta aqui é essa, uma reflexão dialógica, no sentido da construção que possibilitem alternativas na consciência do devir, e que, recrudesça na ressignificação das práticas utilizadas que visem compreender o nosso papel na sociedade sem prejuízos para a população. A intencionalidade, não está em criticar os jogos, quiçá os atletas que desempenham seus papeis com maestria, visto que, estão inseridos na lógica esportiva em todas as dimensões. A crítica perpassa por perceber que através da ideologia da melhoria do sistema de transporte, que não é top 10, que nessa configuração constitui-se no isolamento simbólico do cidadão, numa construção a qualquer preço, para que possibilite tudo, de tal maneira que, os que chegam de fora do País, não se assuste, não percebam. Mas gaste!

Nas minhas considerações finais, não posso deixar de registrar que as mídias contribuem para essa ideologia do isolamento simbólico, quando não registram que, ao término dos jogos na Barra da Tijuca, quase uma hora da manhã, o mesmo transporte que deixa 70% da população na Zona Sul e adjacência nas portas de suas casas, despeja no Centro do Rio, Zona Norte ou Baixada Fluminense os outros 30% que ficam jogados a própria sorte, pois, onde estão a essa hora da madrugada, o VLT, as barcas e os BRT’s? Welcome reality ou bem vindo à realidade!


Não percebemos, nesse caso o significado de dignidade da pessoa humana, que implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas. Esses temas transversais fazem com que a nossa participação como princípio democrático, traga a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas etc.


Nessa perspectiva,  a corresponsabilidade pela vida social implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. É nesse sentido, a responsabilidade de todos a construção e a ampliação da democracia no Brasil.


Logo, o que não é concebível nesses dias de jogos olímpicos, é fingir que esse Estado se construa da Carioca a Barra da Tijuca dentro dos trens e ônibus, visto que, as desigualdades sociais existem, e são bem marcantes, assim, a nossa luta perpassa pela desconstrução, para que não se consolide ou perpetue, uma frase do senso comum, que afirma, que os direitos são iguais para todos.

Portanto, uma vez que, igualdade de direitos refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignidade e de exercício de cidadania. Para tanto há que se considerar o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças (étnicas, culturais, regionais, de gênero etc), e desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançadas. Então o que estamos vivenciando permeia o oposto da compreensão do que de fato representa tal igualdade, e para tanto, deixo uma reflexão, após essa longa viagem. Direitos iguais para quem?



Jacy Marques Passos