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domingo, 1 de novembro de 2015

O PAPEL DO EDUCADOR SOCIAL NA PEDAGOGIA SOCIAL

                                  A PEDAGOGIA SOCIAL E O PAPEL DO EDUCADOR SOCIAL

                                                                         OBJETIVOS:
Diferenciar: As competências do Educador Social na educação, formal, não-formal e informal e seu papel educativo nos marcos da Pedagogia Social. 
Analisar: A interface na mediação deste processo educativo, com a escola,  Instituições Sociais e Comunidade,  por meio da participação da sociedade civil organizada em estruturas colegiadas de interação entre as escolas e o território que a circunda.
Buscar: As aprendizagens que acontecem das interações geradas pelo processo participativo nos espaços formais e não-formais.
Debater: Valorização do Profissional, Educador Social, na perspectva da Eucação em todos os níveis, seus campos de atuações, atributos, e relação com a Pedagogia Social.

1. O QUE DIZ A LEI?
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Fonte: Lei de Diretrizes e Bases da Educação: nº 9394/96 de 20/12/1996

2- EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E A INFORMAL NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA SOCIAL - DEFINIÇÕES: (1º Congresso em Pedagogia Social /março-06)
2.1 - A educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; 
2.2 - A educação informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados.
2.3 - A educação não-formal é aquela que se aprende "no mundo da vida", via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas e protagonismo da sociedade civil em ações coordenadas por ONGs, movimentos e redes solidárias na área da educação em geral e da Assistencia Social, tais como, Centros de Acolhimentos, Casas de Passagem, Projetos e Programas Sociais. 
“A educação existe onde não há escola e por toda parte podem haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. Porque a educação aprende com o homem a continuar o trabalho da vida”.                                                                  
Carlos Rodrigues Brandão/ O Que É Educação

3 - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL : Conceito, Campo e o Educador Social                                        (Gohn p. 10)
É interessante resgatar dois fatos que foram importantes para a escolha da categoria Educação não formal:
Primeiro: Desde os anos 1980 a autora trabalhava com o pressuposto de que os movimentos sociais e outras práticas associativas coletivas tinham um caráter educativo, para seus participantes, para aqueles que eram alvo dos protestos e demandas e para a sociedade em geral. A construção da categoria educação não formal para exemplificar o processo de aprendizagens e a construção de saberes foi a luz na escuridão.
Segundo: A categoria educação não formal foi sendo construída em textos de produção da autora sob forte influencia de vivencias práticas. Inicialmente a autora buscou nomear o processo educativo que tratava da aprendizagem no interior dos movimentos sociais, tentando diferencia-lo não apenas da educação formal - escolar -, mas também da educação popular relacionadas com os processos de alfabetização de adultos, sob modalidades alternativas. Posteriormente a disciplina tornou-se obrigatória no ensino de graduação. Ainda nos anos 1990 sugem as primeiras teses e dissertações de orientandos (da autora) usando o termo.
Educação Social - No campo da aprendizagem voltada para os indivíduos, numa perspectiva aternativa à escola, encontramos tambem a categoria Educação Social, utilizada por autores como Pérez (1999), no sentido de auxiliar e conectar com a categoria Educação Não Formal. 
A educação social é um conjunto fundamental e sistematizado de práticas educativas não convencionais realizadas preferencialmente  - ainda que não exclusivamente - no âmbito da educação não formal, orientadas para o desenvolvimento adequado e competente dos indivíduos, assim como para dar respostas a seus problemas e necessidades sociais. (Pérez 1999)

4 - PEDAGOGIA - ORIGEM E DEFINIÇÃO 
4.1 - A ORIGEM - As crianças atenienses que iriam tornar-se cidadãos eram preparadas para o debate e a deliberação. Tinham um dia de estudos e formação para a cidadania. As crianças se encaminhavam para a palestra, local onde estudavam, duas vezes ao dia: de manhã quando aprendiam música e ginástica, e à tarde, após o almoço em casa, para o ensino da leitura e escrita, que era acompanhado por um escravo chamado de pedagogo (aquele que conduz), termo que deu origem à palavra Pedagogia.
4.2. DEFINIÇÕES: ciência que trata da educação dos jovens, que estuda os problemas relacionados com o seu desenvolvimento como um todo.
4.2.1. p.ext. conjunto de métodos que asseguram a adaptação recíproca do conteúdo informativo aos indivíduos que se deseja formar.

5 - PEDAGOGIA SOCIAL - ORIGEM, OBJETIVO E DEFINIÇÃO 
5.1 - ORIGEM - Considera-se que o termo Pedagogia Social foi usado pela primeira vez por Magwer, em 1844. 
O enfoque científico é atribuído ao pedagogo alemão Friedrich Wilhelm Adolph Diesterweg (27/10/1790 a 07/07/1866), em 1850 (ver Machado 2008). 
A primeira obra sistematizada é atribuída ao filósofo neokantiano Paul Gerhard Natorp ( 24/01/1854 - 17 / 08 /1924. Natorp vincula o processo de educação à comunidade (Caliman, 2008)
5.1 - OBJETIVO - "Recuperar e promover o que há de melhor no ser humano - talvez seja esse o grande objetivo da Pedagogia Social no Brasil; trazer à tona as potencialidades e habilidades que, desgraçadamente, foram deixadas para trás, juntamente com os desejos oprimidos diante da drástica trama da vida." , (Juliana Gama Izar, p.11)
5.2. - A definição de Gohn, é de que há inúmeras concepções e correntes de abordagens da Pedagogia Social. Alguns autores citam como seus precursores Platão, Comenius e Pestalozzi ( Machado 2008 e Luziriaga 1993). Calimam afirma que os "precursores da PEDAGOGIA SOCIAL tem suas origens na ação caritativa do cristianismo e em pedagogistas como Johann Heinrich Pestalozzi (pedagogista suíço e educador) e Friedrich Wilhelm August Fröbel (Pedagogo  Foi o fundador do primeiro jardim de infância) antes ainda que se sistematizasse como disciplina.
5.2.1 - Em sua definição, diz que "é nessa linha tênue entre o que é e o que pode vir a ser que a PEDAGOGIA SOCIAL se instala; é nos espaços obscuros e esquecidos pelo olhar da indiferença que ela age, é por aqueles que já não tem nada a perder que ela luta, porque entende, fundamentalmente, que todos fazem parte de uma única espécie - independente do genero, da raça, da faixa etária, da condição socioeconomica, da opção política ou religiosa -, a espécie humana." (Juliana Gama Izar, p.11) 
Pedagoga e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
5.2.2 - A definição, não diferente, da Doutora em Educação, Professora Margareth Martins de Araújo, segundo ela " a PEDAGOGIA SOCIAL é um componente da Pedagogia que se responsabiliza diretamente com a inclusão das crianças em situação de vulnerabilidade social no universo escolar. Quanto mais a população é entregue a própria sorte, maior se faz a necessidade da Pedagogia Social, que se traduz em um fazer pedagógico voltado para a realidade das crianças e adolescentes expostas a todo tipo de dificuldades oriundas de uma educação direcionada para um público com valores e necessidades bem diferentes. Dificuldades estas que não abrangem apenas o ambito educacional como tambem o social, o político, e o afetivo."
Doutora em Educação e Professora de: Orientação Educacional, Didática, Análise de Dados e Pesquisa e Prática Pedagógica - Universidade Federal Fluminense - UFF - RJ

6 - EDUCADOR SOCIAL - O PROFISSIONAL
6.1 - Definição de suas competencias segundo o Ministério do Trabalho em Emprego.
6.2 - DESCRIÇÃO: Visam garantir a atenção, defesa e proteção a pessoas em situações de risco pessoal, social e a adolescentes em conflito com a lei. Procuram assegurar seus direitos, abordando-as, sensibilizando-as, identificando suas necessidades e demandas e desenvolvendo atividades e tratamento.
6.2.a. - 5153-05 - Educador Social: Arte educador, Educador de rua, Educador social de rua, Instrutor educacional, Orientador sócio educativo.
6.2.b. - 5153-10 - Agente de ação social: Agente de proteção social, Agente de proteção social de rua, Agente social
6.2.c. - 5153-25 - Sócioeducador: Agente de apoio socioeducativo, Agente de segurança socioeducativa, Agente educacional, Atendente de reintegração social.
Fonte Ministério de Trabalho e Emprego.

7 - SEGUINDO A PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE: (Gohn p. 51)
Haveria tres fases distintas no trabalho do Educador Social a saber:
7.1) Primeira: A elaboração do diagnóstico e suas necessidades;
7.2) Segunda: A Elaboração preliminar da proposta de trabalho propriamente dita;
7.3) Terrceira: O desenvolvimento e complementação do processo de participação de um grupo ou toda comunidade de um dado território, na implementação da proposta.

8 - COMPETÊNCIAS DO EDUCADOR SOCIAL ( Pelo  A. S. e Professor André Michel dos Santos e a pela Pedagoga Vanessa Santos Nogueira)
8.1 - Competência para intervir  - O Educador Social deve atuar diretamente na situação e dar uma resposta para as necessidades e desejos das crianças e adolescentes e/ou dos adultos de forma adequada, sem muito tempo para reflexão. Deve ter embasamento teórico e experiência prática para tal. Essa resposta não significa resolver o problema desencadear ações para que ele seja solucionado.
8.2 - Competência para avaliar - O Educador Social deve saber planejar, organizar e refletir com relação as suas ações e intervenções futuras. Deve saber refletir sobre sua própria prática, avaliando sua intenção, ação e resultado esperado;
8.3 - Competência de reflexão - O Educador Social junto à sua equipe de trabalho e outros colegas deve saber refletir sobre os problemas de âmbito profissional para uma melhor compreensão, favorecendo assim, o desenvolvimento da profissão nos espaços públicos.
8.4 - Competência na Perspectiva do desenvolvimento das ações -  O trabalho do Educador Social deve promover a igualdade, o respeito com todos os sujeitos do seu contexto, prestando a devida atenção para a necessidade de cada um, respeitando e protegendo os direitos desses sujeitos, a privacidade, a autonomia. E ainda, é importante ressaltar que o Educador Social deve utilizar-se de sua experiência, do seu saber profissional como uma das formas para melhorar a qualidade de vida do sujeitos, de suas famílias e da comunidade em situação de vulnerabilidade relacional e social, na batalha contra a injustiça social e na luta pela inclusão social de fato..
"Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" Paulo Freire

9 - EDUCADOR SOCIAL -  O TRIPÉ ( por MARGARETH ARAÚJO MARTINS)
Ainda segundo a Dra. em Educação Margareth Martins, que afirma a existir um tripé que se constitui em um desafio permanente para o Educador Social:
9.1 - 1º PILAR - Construção da sua própria identidade - Uma identidade que só faz sentido se atrelado ao outro, ou seja, ao aluno ou público alvo;
9.2 -  2º PILAR - Aceitação - É preciso aceitar seu educando como ele é, com suas histórias e memórias, com seus textos e contextos de emergencia. É possivel que o processo de aceitação do outro passa, principalmente, pela própria aceitação, caso contrário, não passará de mero discurso de palavras soltas ao vento
9.2 - 3º PILAR - Responsabilidade - Para além de se identificar com os educandos (ou público alvo), e neles se reconhecer e, aceita-los em sua legitimidade. O Educador Social deve responsabiliza-se por eles. Responsabilizar-se a tal ponto por seu fazer pedagógico que será impensável não incluir o sucesso dos educandos [público alvo], no rol do próprio sucesso.
Reflexão: "Essa deve ser uma relação de pertencimento capaz de compreender educador e educando como partes integrantes de uma mesma realidade, não fazendo mais sentido a existencia de um sem o outro"     Margareth Araújo

REFERÊNCIAS:
http://www.feuff.uff.br/index.php/docentes/147-margareth-martins-de-araujo, acessado em 01/11/2015
http://www.proceedings.scielo.br/pdf/cips/n4v1/41.pdf - acessado em 01/11/2015
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000092006000100034&script=sci_arttext&tlng=pt - Acessado em 01/11/2015
http://www.partes.com.br/educacao/perfileducadorsocial.asp Acessado em 01/11/2015
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi - Acessado em 01/11/2015
https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Fr%C3%B6bel - Acessado em 01/11/2015
https://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Natorp - Acessado em 01/11/2015
https://de.wikipedia.org/wiki/Adolph_Diesterweg - Acessado em 01/11/2015
GRACIANI, Maria Stela Santos, Pedagogia Social, 1ª ed. São Paulo -  Editora Cortez, 2014
GOHN, Maria da Glória, Educação não-formal e o Educador Social: atuação no desenvolvimento de Projetos Sociais, São Paulo, Cortez, 2010