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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, NA PERSPECTIVA DE EMÍLIA FERREIRO

Inicio este momento com uma citação de Paulo Freire que representa muito na perspectiva do professor alfabetizador, em suas práxis pedagógicas: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. ”  
Com o pressuposto de alfabetizar, os métodos utilizados inicialmente, funcionavam como mecanicismo e memorização, que reduzia o educando apenas, em sujeito passivo capaz de juntar silabas e produzir sons, sem ao menos conseguir interpreta-los, o que não valorizava aquele momento ímpar na construção do conhecimento.  
Para Ferreiro, a alfabetização deve ocorrer em um ambiente social, onde, a criança é um ser social e faz parte do processo, de tal forma, que não há como dissociar esse ambiente social da realidade da criança. É nesse contexto, preferencialmente, que se deve desenvolver a relação entre educador e educando, uma vez que, de maneira equivocada alguns professores entendem que alfabetizar é uma técnica.
Para demonstrar, através de outras possibilidades, com a finalidade de um entendimento que privilegiasse um processo ensino aprendizagem mais humanizado, com a intencionalidade de modificar a maneira errônea de pensamento na qual, alguns professores defendiam, Emília Ferreiro pontuou esquemas em algumas propostas levando em conta o processo inicial de alfabetização: 1. Restituir a língua escrita seu caráter de objeto social; 2 - Desde o início (inclusive na pré-escola) se aceita que todos na escola podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível; 3 - Permite-se e estimula-se que a criança tenha interação com a língua escrita, nos mais variados contextos; 4 - Permite-se o acesso o quanto antes possível à escrita do nome próprio; 5- Não se supervaloriza a criança, supondo que de imediato compreendera a relação entre a escrita e a linguagem e 6 - Não se pode imediatamente, ocorrer correção gráfica nem correção ortográfica.
Outro dado importante, citado pela autora é que muitos professores ainda alfabetizam da maneira que foram ensinados quando alunos o que resulta em não aceitar erros por parte do educando e, destaca que a criança são as mais facilmente alfabetizáveis, pois, estão em processo contínuo de aprendizagem.
“Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua escrita. Há outras crianças que necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (Ferreiro, 1999, p.23) ”
Na busca de caminhos que respeitem esse conhecimento para a criança, Ferreiro & Teberosky , falam da preocupação dos educadores tem-se voltado para a busca do melhor ou do mais eficaz dos métodos, levando a uma polemica entre dois tipos fundamentais; método sintético e método analítico. (1985, p.18), que são definidos da seguinte forma:
  1. O método sintético preserva a correspondência entre o oral e o escrito, entre som e a grafia. O que se destaca neste método é o processo que consiste em partir das partes do todo, sendo letras os elementos mínimos da escrita.
  2. O método analítico insiste no reconhecimento global das palavras ou orações; a análise dos componentes se faz posteriormente

Nessa construção de saberes e aprendizados, segundo a autora, existem práticas que levam a criança aos princípios de que o conhecimento é alguma coisa que outros possuem, e que só é possível adquirir, da boca destes,  por ser participante da construção. Algumas praticas levam a pensar que aquilo que existe para conhecer já foi estabelecido, como um conjunto de coisas fechado que não podem se modificar. Há por fim, praticas que leva a que o sujeito (a criança neste caso) fique sem participar do conhecimento, como espectador ou receptor daquilo que o professor ensina.
O professor não pode, então, se tornar um prisioneiro de suas próprias convicções; as de um adulto já alfabetizado. Para ser eficaz “deverá adaptar seu ponto de vista ao da criança.”
A autora em sua obra, não pretende demonstrar e nem apresenta nenhum método específico de alfabetizar, mas dá uma enorme contribuição para a compreensão do Pedagogo/Professor que permeia a temática, na perspectiva de possibilidades para que se diminua a questão do fracasso escolar nesse quesito, e, nos habilita a fazer reflexões do ponto de vista histórico, no que tange alfabetização e letramento, essa dicotomia na qual existe de fato interdependência, no contexto e na historicidade dos fatos, haja vista o trabalho de alguns historiadores sobre a cultura popular que descreve a existência de uma cultura letrada, bastante ativa, mesmo antes do século XVIII e anterior ao surgimento da escolarização universal e compulsória.
É fundamental perceber que perpassa por nossas práticas assertivas o bom desenvolvimento do educando, Emília Ferreiro e Leda Verdiani TFOUNI, em suas contribuições possibilitam alternativas para um fazer pedagógico com proficiência, objetivando desenvolver ações e práticas educativas que visem o protagonismo do educando.
“Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. ” Amelia Hamze
É nessa consciência do devir que é necessário que o professor considere, construtivo, do ponto de vista das escritas, o que representa avanços na evolução de cada criança. Portanto, é necessário que haja uma reestruturação reflexiva plena no interior das escolas, no que diz respeito e relacionado à alfabetização, bem como, no que se refere às formas de alfabetizar.
    “ A criança constrói seus sistemas interpretativos, ou seja, pensa em diferentes hipóteses para construir seus conhecimentos. ”  Emília Ferreiro
Jacy Marques Passos

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