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quarta-feira, 29 de junho de 2016

HERANÇA CULTURAL BRASILEIRA

As resistências ocorridas nas terras que viriam ser Colônia Portuguesa, pressupõe a existência do povo indígena, que já vivia aqui anterior à colonização, com seus costumes, hábitos e cultura bem definidos. A imposição da religião católica, pelos colonizadores, aos autóctones, na perspectiva da posterior escravização dos indígenas, resultou em resistências às tentativas portuguesa. O objetivo não fora contemplado, visto que, resistência do povo indígena à escravização, se deu por diversos aspectos, principalmente, pelo viés cultural de um povo que tinha sua liberdade ameaçada .
Nesse sentido, os colonizadores portugueses, após o insucesso nesse primeiro embate, iniciam a escravização comercial dos negros africanos, com imposição da religião, com recorte para o etnocentrismo. Com o País dividido em capitanias, muita exploração dos colonizadores, os africanos escravizados organizam-se, primeiro em irmandades, como forma de preservar os vínculos afetivos em famílias extensas objetivando não se perder a identidade que, após séculos de escravização era consequência natural.
As resistências dos Africanos escravizados, perpassam pelas fugas, dos negros que se embrenhavam nas matas e, ali construíam comunidades, onde, sobreviviam e comercializavam produtos. Essas comunidades denominadas quilombos ou mocambos, representavam a resistência à escravização de um povo. Todas as fugas, tinham seus objetivos intrínsecos em resistir a escravização, além das revoltas, conspirações e, o emblemático Levante dos Malês, que culminou em deportações, açoites e mortes de africanos escravizados.
Portanto, a resistência às escravizações dos indígenas e africanos, tinham significados preeminentes e, recrudesceu nas imposições da religião e da cultura (etnocentrismo), dos colonizadores sobre os povos aqui existentes. Nesse contexto, resultou na construção e na produção da rica cultura, a brasileira, que perpassa pelos diversos fatores como, o sincretismo religioso, as etnias totalmente diferentes, relacionadas aos  costumes, hábitos de cada povo que, nos deixaram um legado cultural, sem dúvida, depois de muitas vidas ceifadas, que permeia gerações de brasileiros natos, herdeiros da mestiça e impregnado culturalmente, das influencias das matrizes africanas, da cultura europeia e, muito importante, do povo indígena originalmente, povo brasileiro.
Jacy Marques Passos

quinta-feira, 23 de junho de 2016

PODER SIMBÓLICO - PIERRE BOURDIEU -




PODER SIMBÓLICO 

A novidade na obra de Pierre Bourdieu encontra-se na variedade dos objetos de sua análise. O poder simbólico é um desses temas ao qual Bourdieu se dedica. Para ele, o poder simbólico é esse poder invisível que só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que estão sujeitos a esse poder ou mesmo daqueles que o exercem.
 Bourdieu se concentra nas situações em que esse poder é normalmente ignorado, fato que nos permite intuir que esse poder é plenamente reconhecido pelos agentes envolvidos.

O capítulo em questão aqui leva o título da obra, "O Poder Simbólico", e está dividido em quatro subtítulos. No primeiro deles, Bourdieu considera a arte, a religião, a língua, etc., como estruturas estruturantes, citadas algumas vezes por ele como modus operandi, uma expressão do latim que significa modo de operação. Utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma determinada atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos, seguindo sempre os mesmos padrões nos processos. O segundo subtítulo fala dos sistemas simbólicos como estruturas estruturadas ou opus operatum. No terceiro subtítulo, Bourdieu trata das produções simbólicas como instrumentos de dominação. Por fim, trata dos sistemas ideológicos legítimos. \muito bem, vamos por parte, pois os escritos de Bourdieu são realmente densos e merecem toda a atenção e a maior paciência.

Segundo Bourdieu, a tradição neo-kantiana trata os diferentes universos simbólicos como instrumentos de conhecimento e de construção do mundo dos objetos, ou seja, como formas simbólicas, reconhecendo assim a ação e a importância do conhecimento. Bourdieu faz algumas considerações abrangendo os pensamentos de Émile Durkheim (pai da Sociologia Moderna que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica) e de Erwin Panofsky (grande crítico da arte alemã e um dos principais representantes do método iconológico. Sua grande obra foi um estudo sobre a Arquitetura Gótica e Escolástica: uma analogia sobre a arte, a filosofia e a teologia na Idade Média).

 Para Bourdieu, Durkheim representava a tradição Kantiana exatamente por procurar respostas “positivas” e “empíricas” ao problema do conhecimento e não se contendo apenas ao apriorismo ou ao empirismo separadamente. Ao lançar fundamentos de uma sociologia das formas simbólicas, que neste caso equivaleriam a formas de classificação, Durkheim explicita o caráter transcendental que faz essas formas de classificação se tornarem formas sociais, se aproximando dessa maneira da teoria de Panofsky, onde as formas sociais são socialmente determinadas, ou seja, são relativas a um determinado grupo particular, logo são formas sociais arbitrárias.
Segundo Bourdieu, nesta tradição, a objetividade do sentido do mundo define-se pela concordância das subjetividades estruturantes, ou seja, o julgamento é igual ao consentimento, ou, em suas palavras, o senso é igual ao consenso.

Já para os sistemas simbólicos como estruturas estruturadas, Bourdieu considera que são passíveis de uma análise estrutural. Essa análise estrutural tem em vista isolar a estrutura permanente de cada produção simbólica. O Poder Simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, o sentido do mundo supõe um conformismo lógico, uma concepção homogênea que torna possível a concordância entre as inteligências. Destarte, os símbolos são instrumentos de integração social. Enquanto instrumentos de conhecimento e comunicação eles tornam possível o consenso acerca do sentido do mundo social que contribui fundamentalmente para a reprodução da ordem social.

Já para descrever as produções simbólicas como instrumentos de dominação, Bourdieu se baseia na tradição marxista que privilegia as funções políticas dos sistemas simbólicos em detrimento da sua estrutura lógica e da sua função gnosiológica. Este funcionalismo explica as produções simbólicas relacionando-as com os interesses das classes dominantes. A cultura dominante contribui para a integração real da classe dominante, assegurando uma integração e uma comunicação entre os membros dessa classe e ao mesmo tempo os distingue de outras classes. Daí surge um importante conceito desenvolvido posteriormente por Bourdieu: a distinção. Pois a mesma cultura que une por intermédio da comunicação é a mesma cultura que separa como instrumento de distinção, que legitima a diferença das culturas exatamente pela distância da cultura em questão em relação à cultura dominante.

Bourdieu considera que as relações de comunicação são sempre relações de poder que dependem do capital material ou simbólico acumulado pelos agentes. Os sistemas simbólico, enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e conhecimento, cumprem sua função política de imposição e de legitimação da dominação de uma classe sobre a outra, agindo como uma forma de violência simbólica.

Dessa maneira, Bourdieu conclui sobre as produções simbólicas como instrumentos de dominação da seguinte maneira: o campo de produção simbólica é um microcosmos da luta simbólica entre as classes. Assim, a classe dominante, cujo poder está pautado no capital econômico, tem em vista impor a legitimidade da sua dominação por meio da própria produção simbólica.

Por fim, Bourdieu disserta sobre os sistemas de produção ideológica legítima, como instrumentos de dominação estruturantes exatamente por serem estruturados, reproduzindo de forma irreconhecível a estrutura do campo das classes sociais. Em outras palavras, os sistemas simbólicos produzidos por um corpo de especialistas e mais especificamente por um campo de produção autônomo é uma dimensão do progresso da divisão do trabalho social, portanto, da divisão das classes.

Concluindo: para Bourdieu, o poder simbólico é um poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força física ou econômica e só se exerce se for reconhecido, o que significa que ele acaba sendo ignorado, passa despercebido. Assim, o poder simbólico é uma forma irreconhecível e legitimada.

Então meus amigos e minhas amigas, tentar entender Bourdieu significa mergulhar de cabeça em seus escritos profundamente densos e perspicazes, tarefa que só é possível de ser minimamente alcançável após longas horas de interpretação, de total imersão nessa obra esplêndida que ainda não é considerada como um clássico, mas certamente um dia o será.
Espero que vocês façam uma boa leitura dessa resenha e que assim, possam depreender mais informações ao se depararem com a obra original. Aguardo ansioso pelos comentários e pelas críticas, pois a opinião polifônica é um caminho muito salutar para as Ciências Sociais.


sexta-feira, 17 de junho de 2016

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A PEDAGOGIA SOCIAL


PONTOS DISCUTIDOS NA ECO 92 - RIO DE JANEIRO

  •     O crescimento econômico atual se dá através do crescimento das desigualdades;
  •     O crescimento baseado na economia de mercado levada às últimas consequências pode aprofundar as desigualdades e dentro das nações e entre elas;
  •     O crescimento econômico atual transfere para a sociedade os custos sociais e ambientais da exploração do meio ambiente, alargando as desigualdades sociais e econômicas;
  •     A parceria para administrar o meio ambiente requer maior justiça econômica para os países em desenvolvimento;
  •     Os países em desenvolvimento necessitam de ajuda econômica para saírem do duplo nó: pobreza e destruição ambiental;
  •     É necessário deter o consumo excessivo, principalmente dos países do primeiro mundo.



A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ECO92 trouxe Chefes de Estado de mais de 130 países para o Rio de Janeiro. Dentre os vários documentos produzidos na ECO92, destacam-se:
  • Ø  Carta da Terra: declaração de princípios da ECO92, sem força de lei e sem detalhamento de medidas concretas a serem adotadas.
  • Ø  Agenda 21: documento operacional da ECO92, se constituindo em um “verdadeiro plano de ação mundial" para orientar a transformação de nossa sociedade.
  • Ø  A Agenda 21 é dividida em 40 capítulos, com mais de 600 páginas. O capítulo 36 trata da Educação Ambiental e define como áreas prioritárias:
  • Ø  “... a reorientação da educação na direção do desenvolvimento sustentável”;
  • Ø  “... a ampliação da conscientização pública, compreendendo ações destinadas às comunidades urbanas e rurais, visando sensibilizá-las sobre os problemas ambientais e de desenvolvimento”;
  • Ø  “... o incentivo ao treinamento, destinado à formação e à capacitação de recursos humanos para atuarem na conservação do meio ambiente e como agente do desenvolvimento sustentável”. 


Fonte: Arquivos da Unama – Universidade da Amazônia, disponível em: <http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_cont_8mod/contabilidade_ambiental/pdf/aula02(27).pdf>.   Acesso em: 15 jun. 2011.

terça-feira, 14 de junho de 2016

PEDAGOGIA SOCIAL: CONTRIBUIÇÃO À SUA AFIRMAÇÃO



ACESSE O ARTIGO ATRAVÉS DO LINK:


http://projetopipasuff.com.br/revista/artigos/TEXTO%20JACI.doc.pdf


Autor: JACY MARQUES PASSOS

PEDAGOGIA SOCIAL E A LINGUISTICA



A Pedagogia Social na linguística:

Apesar de todos os estudos da linguística, com o objetivo de demonstrar a realidade da diversidade da língua em nosso país e da percepção de alguns professores de sua importância no ensino da língua portuguesa, ainda notamos resistência de professores mais arraigados a questão da gramática normativa, assim como, de grupos socialmente de prestígio.

Além da mídia, falada ou escrita, que corrobora com a ideia de uniformidade linguística em detrimento de características e particularidades de cada região, estigmatizando as formas populares, tornando a língua um fator mais de exclusão social do que um instrumento de inserção e participação social efetiva na produção do conhecimento e ao exercício da cidadania.


Portanto, é perceber que cabe ao Pedagogo / professor compreender os conceitos linguísticos para que efetivamente o ensino de língua portuguesa possa ocorrer de modo claro, objetivo e valorativo da diversidade linguística do aluno.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A MAIS VALIA DE KARL MARX



Entendendo o que significa esse conceito Marxista:


MAIS VALIA ABSOLUTA E RELATIVA



O burguês é o dono da força de trabalho dispondo da maneira que achar mais lucrativo. É justamente nessa possibilidade de dispor sobre o trabalho humano que se concretiza o que Marx chama de mais-valia. É essa prática que gera lucro para o capitalista.


Precisamos entender o que significa a mais-valia: é a diferença entre o valor produzido pela força de trabalho e o custo de sua manutenção.

Um exemplo pode tornar mais fácil de compreender esse conceito-chave para o marxismo e para entender de que forma o lucro do capitalista é a expropriação do trabalhador.

Vamos supor que um operário contratado para trabalhar oito horas por dia na fábrica de chapéu. O capitalista lhe paga um salário de 24 reais por dia, ou seja, 3,00 reais por hora, esse operário produz 200 chapéus por mês. O chapéu é vendido por 50,00 reais cada um. 

Podemos imaginar que esse burguês gasta com matéria-prima, desgaste das máquinas, energia elétrica, etc. 2.000,00 reais por mês. Logo, ele tem de lucro 8.000,00 reais por mês com a produção desse operário.

Se num mês ele trabalha 240 horas, ele produz na verdade 33,33 reais por hora (8.000,00 dividido por 240). Portanto, em oito horas de trabalho, ele produz 266,64 reais e recebe 24 reais.

A mais-valia absoluta é o valor que o operário produz descontando o valor da sua força de trabalho. Se sua força de trabalho vale 24 reais e ele produz 266,64, a mais-valia que ele dá ao capitalista é de 242,64 reais.

Percebemos, então que o operário trabalha a maior parte do tempo de graça para o patrão. A diferença entre o que o operário produz de valor e o que ele recebe é o tempo que o operário trabalha de graça e o que o capitalista embolsa e gera o lucro.

A primeira forma é denominada de mais-valia absoluta, o aumento máximo da jornada de trabalho. Essa forma é muito conveniente para o capitalista, já que ele não precisa majorar seus gastos com máquinas e com o local de trabalho e alcança um rendimento maior da força de trabalho. 

No entanto, não se pode estender indefinidamente o tempo de trabalho. Devido a esse limite, foi necessário ao capitalista criar uma nova forma de fazer com que o operário produzisse mais, reduzindo o tempo de trabalho necessário, sem reduzir a jornada de trabalho. Essa forma é a mais-valia relativa que só é possível graças à introdução de máquinas modernas, desenvolvimento da tecnologia e ampliação da produtividade. 

Portanto, uma verdade que não deve ser apagada e nem esquecida é que o trabalhador é um despossuído que deve vender a única coisa que lhe restou, a sua força de trabalho e que, ao contrário do capital, essa mercadoria, a força de trabalho, não pode ser acumulada e muito menos poupada. 

Assim, na relação com o capitalista, o proletário vai normalmente perder, seja quando o capitalista aumenta os seus lucros ou quando perde capital.  


PARA PENSAR!....

Marx (2006, p. 66) afirma que “o trabalhador não ganha necessariamente quando o capitalismo ganha, mas perde forçosamente com ele”. Além do mais, “os preços do trabalho são muito mais constantes que os preços do meio de subsistência. Muitas vezes, variam contrariamente”.

“O trabalhador não tem muita opção: ou ele vende a sua força de trabalho a quem quer comprar ou morre de fome. Já o capitalista pode escolher entre um exército de desempregados aqueles que aceitam ganhar menos."
Como nos alerta Marx, “a guerra industrial, para produzir resultados, exige grandes exércitos que podem concentrar-se num ponto a ser sacrificado sem restrições. Os soldados deste exército suportam cargas que sobre eles são postas, não por devoção ou por dever, mas apenas para escapar ao duro destino da fome." (p. 79).


Um abraço!

Jacy Marques Passos