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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

DISSERTAÇÃO SOBRE A PALESTRA DA PROFESSORA Doutora em Educação Margareth Martins Araújo

AUTOR: JACY MARQUES  PASSOS­



  Curso de Extensão em Pedagogia Social para o Século XXI.


Atividade Prática:
Desenvolver um Texto a partir da palestra escolhida.

Palestra do dia 26/06/2014 – “Por que pedagogia social”

 Doutora em Educação Margareth Martins Araújo

Atuação: Professora de: Orientação Educacional, Didática, Análise de Dados e Pesquisa e Prática Pedagógica.





INTRODUÇÃO

 

                         O Curso de Extensão PIPAS que acontece na UFF, nos proporciona momentos preciosos de aprendizados e, é tão peculiar, que se torna uma tarefa difícil, mas não injusta, escolher uma das palestras /aulas, pois, a riqueza de aprendizados se renova a cada aula.

                        

                         Recordar da primeira aula, com a Professora Dora Incontri, autora de vários livros, que dissertou acerca da pedagogia com afetividade, através da vida e a obra de Johann Heinrich Pestalozzi, pedagogista suíço e educador, que marcou o início dessa trajetória com ações e construções inerentes àquela época, com aplicação prática até os dias atuais. Destaco, dentre tantas as frases “a semente da divindade está em todos, basta que se traga a tona” e “não existe pedagogia se não houver amor” e por último “ No estado natural, sou obra da natureza, no estado social, sou obra das leis sociais, no estado moral, sou obra de mim mesmo”

                  

                   A segunda palestra ou aula, ministrada pela Professora Mônica Picanço, que explanou sobre a vida do Velho Doutor, pseudônimo de Henryk Goldszmi (médico e pedagogo), simplesmente o educador, Janusz Korczak, que em 1912 inaugurava o orfanato “Lar das crianças”, o precursor das escolas democráticas e do pensamento dos direitos, respeito e autonomia que, de fato, influenciaram na Declaração dos Direitos da Criança, deixou vários ensinamentos, marcou uma época através de sábios movimentos e, deixou um patrimônio nobre para a Pedagogia Social.  O respeito e a democratização dos direitos e cinco pontos que norteiam a ação educativa por Korczak:

                   1 – A disciplina ter bases democráticas;

                   2 – Trabalho intelectual e trabalho manual se complementam (são indispensáveis);

                   3 – Os conflitos não são ocultados nem desconsiderados;

                   4 – A punição só tem valor educativo quando promove consciência e se assume as    consequências dos atos;

                   5 – A Educação é um processo coletivo.

                   Com a realização desses princípios pressupunha:

ü  Autogestão das crianças;

ü  Educação pelo trabalho;

ü  Adoção consciente das normas estabelecidas para vida em comum;

ü  Domínio de si e conquistas gradualmente;

ü  Um sistema original de recompensa e punições, estabelecido e gerido pelas crianças;

ü  Numerosas formas de atividades educativas e recreativas adaptadas às necessidades e aos desejos das crianças.

                   O professor André, em uma aula dinâmica com variantes de múltiplos aprendizados, fez um recorte na importância do Amor e, com muita sensibilidade, quebrou paradigmas e nos contemplou ao realizar, um trabalho diferenciado e muito importante, para relação educador e educando, pois, ao mergulharmos em uma viagem para dentro e, olhar para dentro de nós mesmos, significa, ser sempre, um movimento que revela a primordialidade, para o entendimento  da importância de como olhar o outro. Sem dúvida disseminou o amor, e amor ao próximo, com sinceridade e sem estranhamentos. “Sem autoconhecimento não tem aceitação” e “ nada que é humano é estranho” . Conseguimos nessa aula, ouvir o som do silencio!

 

                   A Coordenadora e Professora Margareth, que ensinou caminhos e descaminhos, dessa temática, da nossa profissão e sobre as nossas práticas. Reforçou também, o quanto o Educador Social precisa estar atento às possibilidades de mudanças, não somente pela sua inquietude, mas pela indignação, a “pedagogia armada” de Paulo Freire. Fez exposição sobre o tema, Pedagogia Social, palestra que escolhi para produzir o texto para a atividade do mês de outubro, pelo fato, de no meu pensar, entender que se complementam completa o ciclo somando-se as três brilhantes aulas anteriores. Nos apresentou a matéria, com o tratamento respeitoso e imprescindível que ela merece, e, ainda, nos brindou com um maravilhoso texto, de sua autoria, intitulado “Por que Pedagogia Social?” O ser um com o outro, ter um olhar diferenciado, ter uma escuta ativa e sensível, são lições, marcantes e pontuais, como a dos três A’s, Aceitação, Acolhimento, Aprendizado, que ficam bem marcadas. Ressalto algumas das inúmeras frases da professora durante a aula “A prática tem núcleos de bom senso”, “educandos são pedras preciosas que precisam ser lapidadas”, “O importante para o educador é entender que a comparação do aluno é sempre com ele mesmo e não com o outro”.

 

                    No mês seguinte, o Professor, Assistente Social Edvaldo, fez pontuações com maestria explicando que, a vulnerabilidade é relacional e o papel do Educador Social, nos mais diversos espaços de convivência. Demonstrou que, a atuação do Educador Social perpassa identificar as demandas para trabalhar com realidades distintas sem qualquer juízo de valores, preconceito ou discriminação.

                  

                   O Professor Carlos João Parada Filho, com o tema da aula, “cuidar-se, cuidar” com essa genial palestra deu a dimensão exata do quanto é preciso esse cuidado com o nosso corpo, para que haja possibilidade de cuidar do outro com mais qualidade, mas esvaziado, mais leve, menos tenso, e, trouxe a reflexão do quanto são necessários momentos de cuidados com o corpo e com a mente. Deixou algumas frases e, destaco essa “Cuidar no sentido geral, significa a consonância daquilo que se fala e faz, no lugar da forma que se procede.”

 

                   Professor Dr. Roberto da Silva, da Faculdade de Educação, Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação da Universidade de São Paulo, USP, apresentou dados estatísticos e a relevância da estruturação dos espaços de trabalho, antes mesmo da regulamentação propriamente dita da profissão, o que visa dar condições de trabalho aos profissionais, para que, o intento não seja banalizado, na busca da valorização dos Educadores e Educadoras Sociais.

 

                   Pontuou o fortalecimento desse profissional, com clareza, nas possibilidades reais através da Pedagogia do amor, da superação, da dignidade, da afetividade, do respeito, da inclusão, como um agente da transformação, mas que, para obtenção de melhores resultados, será necessário um trabalho efetivo de prevenção, contra as tramas, para que não se entre num ciclo cruel de reproduções de paradigmas, capazes de afastar cada vez mais do conhecimento, do saber e da autonomia, o que aproximará e manterá numa dependência que, representa uma peça de uma engrenagem maior que o Parque industrial Brasileiro, que gera e desenvolve exclusão social, vulnerabilidade relacional e que não produz justiça social.

 

  Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes. Paulo Freire

 

“Pedagogia Social”


[...] Quanto mais a população de um país é entregue a própria sorte, maior se faz a necessidade da Pedagogia Social, que se traduz em um fazer pedagógico voltado para a realidade das crianças e adolescentes expostos a todo tipo de dificuldades[...] Prof.ª  Margareth Martins Araújo

Pedagogia Social, matéria exposta com o respeito que o tema merece pela professora Margareth Martins Araújo. Colocações extraordinárias que provocam muitas reflexões sobre as nossas práticas, pois, a indignação, deve nortear as nossas ações, em virtude, daqueles que não querem uma pedagogia da autonomia, da superação, do amor, da inclusão, da afetividade, porque “tramam contra aquele espaço em realizamos nossas atividades, tramam contra o educando, tramam contra o Educador, enfim, tramam contra as nossas ideias”.

Toda epistemologia, transformada em discência com profundo e pontual enriquecimento do saber e supervalorização das questões abordadas, resultam na motivação, para, se ter uma relação de qualidade com o educando. Nesse ato de ensinar, indicou com as indagações sobre a relevância de nosso papel e seu desenvolvimento, os questionamentos: “Quem sou?”, De onde venho?”, O que quero?” e, “ o que me move?”. A partir de cada resposta concreta, ter a consciência da dignidade na relação com o outro, o que representa aceitação de si, do outro e da realidade.

O recorte sobre o mundo atual feito pela professora, trás questões que potencializam as nossas práticas, por um viés reflexivo sobre as nossas atuações, na interface do nosso papel, enquanto Educador Social, profissional de um espaço de convivência e suas diversidades, que propõe indignar-se sempre. Faz quebrar paradigmas através da criticidade inerente a pedagogia Freireana, para não se ficar na inércia, muito menos na zona de conforto. Inquietar-se com o que se apresenta em nosso cotidiano, resultará em nos projetar as realidades dos valores de mundo e como caminha a humanidade, pois, as pontuações verdadeiras desse recorte dão visibilidade ao que está intrínseco e, acrescentam com essa discência, um perceber diferente, com a dimensão exata do que encontraremos em nossos espaços de trabalho, e com isso, entender o educando, no que diz respeito à vulnerabilidade relacional e da falência Universal acelerada:
Ø  Escolas que não conseguem ensinar;
Ø  Universidades nada universais;
Ø  Corporações que não conseguem cooperar sem competir;
Ø  Sistema de saúde insalubre;
Ø   Sistema de bem estar social onde ninguém passa bem;
Ø  Sistemas agrícolas que destroem o solo e envenenam alimentos.

Segundo Juliana Gama Izar, recuperar e promover o que há de melhor no ser humano, esse é o grande objetivo da Pedagogia Social e, trazer à tona as potencialidades, e habilidades que, desgraçadamente, foram deixados para trás, juntamente com os desejos oprimidos diante da drástica trama da vida. A Pedagogia Social, nessa linha tênue, do que é e o que pode vir a ser, se instala.
É nos espaços obscuros e esquecidos pelo olhar da indiferença fundamentalmente, que todos fazem parte de uma única espécie – independente do gênero, da raça, da faixa etária, da condição socioeconômica, da opção política e religiosa, a espécie humana.
“A nossa cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”              Leonardo Boff

A vida que muitas crianças e adolescentes vivem, em muitas ocasiões, numa linha de pobreza que não se pode mensurar, onde, procuram o imediatismo para resolução de problemas financeiros (o adolescente trabalha e dá tudo o que ganha para mãe depois de um curto período de tempo morre), vive intensamente no tráfico e tem a ilusão de que tudo isso será durará para sempre. Vive daquilo que é imediato, e que, parece ser a solução, representa A CONCRETUDE DO REAL. Assim a Pedagogia Social suscita a reflexão e ação junto aos excluídos, respeitando e validando suas histórias pessoais de subsistência e sobrevivência como representações que denunciam a crueldade da realidade social, tendo em vista a sua promoção político-social.

Apesar do Brasil apresentar uma das economias mais bem desenvolvidas, seus processos de exclusão social se equiparam às piores colocações no ranking mundial, mesmo com a existência de uma legislação social e políticas públicas voltadas para o seu combate, segundo Graciani.
GRACIANE (MARIA STELA SANTOS) Destaca em seu livro Pedagogia Social, quatro fatores preponderantes para o conceito de exclusão social que se encontram intrinsecamente vinculados à pobreza e a desigualdade por não propiciar a efetivação da cidadania, nos âmbitos econômico, político, cultural e a sociedade capitalista e neoliberal. Essa exclusão não garante acesso às condições dignas da vida humana, e tal circunstancia, tem seu eixo na miséria absoluta.
Historicamente, violência, fome, miséria, morte e desigualdade sempre existiram e, os vitimados pelas tramas que ocorrem em meio a tantas injustiças, os oprimidos pelo sistema, existem e não são invisíveis. Adultos, jovens, adolescentes e crianças, com inúmeras potencialidades, protagonistas de suas histórias, necessitam dessa Pedagogia, que tem, como ponto forte, a educação inclusiva para quebrar paradigmas e superar o senso comum. Essas práticas, não transversais à proposta pedagógica, realizadas com afetividade, objetivam valorizar o processo de aprendizado, favorecendo a desconstrução da heteronomia dos métodos rigorosos de ensino que, através dessa ação experiencial, com deferência aos saberes socialmente construídos do educando, harmonizam os saberes, numa relação, ensinar-aprender contínua que tem como finalidade, desenvolver a autonomia do educando.
Certamente, ninguém escolhe viver nessas condições, muitos são os motivos que os lançam às condições, em muitos casos, desumanos, e a necessidade de se diagnosticar e efetivar políticas pontuais é e relevantes. Resgatar a autoestima, com atitudes assertivas na aplicação, perpassa pelo respeito a essa história de muitas perdas, preconceitos e discriminação.
WANDERLEY (LUIZ EDUARDO W) pontua ênfases significativas da pedagogia social relacionado estruturalmente a cultura popular, as de Paulo Freire, dentre os destaques a Pedagogia do Oprimido, entendida como pedagogia humanista e libertadora.
“O primeiro no qual os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão se comprometendo, na práxis, com sua transformação e, o segundo, no qual uma vez transformada a realidade opressora, essa pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens no processo de permanente libertação”.   
            No livro Educação popular: Metamorfose e veredas, o que adapta-se a noção básica de educação popular, constam quatro dimensões do aprendizado que são relevantes citá-las:
v  Aprender a conhecer
v  Aprender a fazer
v  Aprender a viver junto
v  Aprender a ser


 Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”                   Paulo Freire                                                                  

CONCLUSÃO
   No escopo da Pedagogia social, reside um leque de possibilidades que apresenta de forma bem dissertada pela Professora Margareth, trás como base na sua aplicação, tratar com respeito e dignidade, de forma a incluir e, essa inclusão perpassa pela comunicação, onde, a importância do Educador é primordial porque, nessa relação de comunicar educador (a) x educando, é como se existisse uma porta, porta essa que só será aberta pelo lado de dentro, ou seja, pelo educando, se a comunicação for bem clara, do contrário, não valerá de nada. O Educador pode bater muitas vezes, mas só será aberta. Reflexiva essas colocações que destaca o nosso papel como agentes dessa ação, pois existem os grupos da manutenção e outros da transformação, bem como os paradigmas, os da reprodução e os da transformação. 
Agir na prevenção, levar o educando a refletir e valorizar, atuar com respeito à sua história, desenvolver-se enquanto pessoa e profissional na dura realidade de crianças e adolescentes, pois, a desigualdade social trás consequências que implicam sobremaneira o público infanto-juvenil, que é o nosso público alvo.
Valorizar o indivíduo, não apenas, transferir conhecimentos, buscar alternativas e, ter a compreensão da amplitude da responsabilidade na construção de um caminhar com qualidade, é o papel do Educador Social que, perpassa também, por ser um Educador crítico, não mecânico nas atitudes, e essa criticidade, aguçará a curiosidade, produzindo assim, novos aprendizados e conhecimentos.
O que a Pedagogia Social tem como proposta tem seu eixo principal na pedagogia Freireana, e anda, na contramão de tudo e todos que tentam tornar invisíveis as vítimas das injustiças e exclusões sociais. Ela percorre o caminho inverso, numa crescente valorização do indivíduo, através da inclusão, da cidadania, da liberdade, da democracia, do direito, do dever, do ético, do estético, do político, do resgate, da autoestima, que resulta numa construção sólida, para que haja respeito, independente do gênero, da identidade de gênero, orientação sexual, da cor, raça, etnia,  credo, enfim, das diversidades entre cidadãos e cidadãs, de direitos e deveres constituídos e alicerçados por uma certeza. Certeza que de que é possível.           
Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante! Paulo Freire
REFERENCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1970.
ARAÚJO, Margareth Martins. Texto. Por que Pedagogia Social? Rio de Janeiro
WANDERLEY, Luiz Eduardo W. Educação popular: Metamorfose e veredas. São Paulo: Vozes, 2010.
GRACIANI, Maria Stela Santos. Pedagogia Social. São Paulo: Cortez 2014
GRACIANI, Maria Stela Santos. Pedagogia Social de Rua. São Paulo: Cortez 1999
IZAR, Juliana Gama. Doutoranda, Mestre e Pedagoga pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), Apresentação do Livro Pedagogia Social. São Paulo. Cortez 2014
Site: http://www.bv.fapesp.br/pt/pesquisador/61089/juliana-gama-izar/
Acessado em 16/10/2014
PESTALOZZI, Johann Heinrich - Minhas indagações sobre a marcha da natureza no desenvolvimento da espécie humana (A Teoria dos três estados do desenvolvimento moral), 1797.
KORCZAK, Janusz  - Link http://pt.wikipedia.org/wiki/Janusz_Korczak

Acessado em 30/09/2014
                                              
                                                 Niterói, 16 de Outubro de 2014.

TRABALHO PARA O CURSO DE EXTENSÃO PIPAS ANALISE DA MUSICA E A PEDAGOGIA SOCIAL

 Autor: Jacy Marques Passos

 Curso de Extensão em Pedagogia Social para o Século XXI.


Atividade Prática:

Escolher uma letra de música discutir a partir do texto: Por que Pedagogia Social
   

 

Música: Problema social



Se eu pudesse dar um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão

Não aprendia as maldades que essa vida tem                               
Mataria a minha fome sem ter que lesar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa Funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava o meu destino
Hoje eu seria alguém

Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social



PEDAGOGIA SOCIAL , A POSSIBILIDADE INCLUSIVA


Inicio a discussão da triste realidade que contempla milhões de crianças e adolescentes, que precocemente adultizam, nos mais diversos Estados da nossa Nação, pontuando a falta de oportunidades e o quanto esses cidadãos pedem socorro. Crianças que por diversos fatores são excluídas da própria infância, e que representam, o rompimento total dos vínculos familiares e afetivos, com efeito natural da perda de identidade. Não oportunizar uma perspectiva de vida melhor em seus direitos básicos constitucionais é perder muitos desses meninos e meninas para ilegalidade, é deixa-los à margem. Dessa forma, fica bem marcada a ausência do Poder Público, que os lança a própria sorte e, buscar uma solução para o problema que se arrasta há décadas, desde a época dos avós, será um desafio de muitas gerações que deverá acreditar no potencial de transformação do quadro em que se encontra o País hoje. 

A população, em especial, a que se encontra em vulnerabilidade social, cresce e muito, segundo dados da Secretaria Nacional da Assistência Social. Essa mesma população, nosso público alvo, representado no cotidiano através das imagens assistidas nas ruas, nas escolas, nos abrigos dão visibilidade aos erros do passado e do presente.

Atingi-los, ao dissuadir Educadores Sociais comprometidos ao mutirão urgente de ações assertivas, que visam à inclusão social do indivíduo às praticas educacionais, em todos os níveis, será extremamente essencial e, resultará em dar um “toque no destino” do “adultizado” menino, do “peregrino nesse imenso mundo cão”, reduzindo o numero de bons meninos que vendem limão e trabalham na feira pra comprar seu pão.

Promover a transformação através da Pedagogia Social, pensar futuro com proatividade é um nobre desafio e uma ferramenta que não se pode abrir mão. Abraça-la integralmente, com foco inicial na construção do indivíduo e da sua própria identidade, com práticas eficazes, sedutoras, adequadas, atuais e efetivas, são indispensáveis, e abrirá um leque de possibilidades no desenvolvimento do cidadão que não se pode mensurar, mas com a certeza, que em meio às dificuldades, haverá progresso e matará sua fome “sem ter que lesar ninguém”.

O afastamento nefasto desse sujeito do convívio familiar, por qualquer que seja o motivo, ou para as ruas, tráfico de drogas, trabalho infantil, acolhimento institucional, enfim, qualquer que seja a situação de vulnerabilidade que se encontre, no universo escolar, fará acontecer em algum momento o fenômeno da não aceitação de si em relação à sociedade e, consequentemente, no revés, a sua afirmação pela imposição. O autor fala da Funabem, moradia “desde os tempos de neném” e que se ele pudesse tocar no destino, hoje poderia ser alguém. Sem dúvida, naquela época, vivia-se sob a tutela do Estado, regido pelo Código de Menores de 1979, (lei 6.697 de 10/10/79), que tratava da Doutrina da “Situação Irregular”, numa instituição feita para os incautos, filhos da pobreza, onde os métodos aplicados não eram pedagógicos, o que reprimia os sentimentos e os afastava ainda mais do prazer de viver, sem mencionar, em muitos casos, as rupturas nos relacionamentos familiares, o que traz a baila o distanciamento consequentemente da escola.

Reafirma-se a questão da aceitação, um dos pilares da Pedagogia Social. Esse cidadão, agora se reconhece, e que aceita-lo, não seria algo tão fácil diante das circunstâncias. Resgatar a autoestima e a aceitação, num trabalho realizado com o educando, a partir, do conhecimento e do respeito às suas histórias e realidades, tornará inteligível esse lidar.  Esse feeling, o Educador Social necessita para trabalhar a sua aceitação e a do outro, num trabalho onde o mecanismo requer muita sensibilidade na fala e na escuta e, a Pedagogia Social, nos proporciona uma gama de elementos a serem utilizados para que possamos obter resultados positivos e satisfatórios dentro da perspectiva do cidadão de direitos e deveres. “Hoje eu seria alguém”.

O sonho de todos é uma sociedade igualitária, com o fortalecimento das Instituições Educacionais, abrigos e presídios vazios, sem trabalho infantil indiscriminado, com políticas sociais, de educação, saúde, emprego e habitação com acessibilidade para todos, mas que na prática, infelizmente, é bem diferente. A realidade de 5,3 milhões de jovens entre 18 e 25 anos é que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho (geração nem nem), o que representa quase a população da Dinamarca. Dados que percebemos quando o autor diz “queria eu ser um intelectual”, “mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal”. A interrogação vem no como fomos educados, como estamos educando, como queremos que seja a educação?

A certeza é que queremos uma educação inclusiva em todos os níveis e aspectos, uma Pedagogia Social onde seja respeitada a história do indivíduo na perspectiva do fortalecimento dos vínculos, onde realmente o cidadão tenha chance de transformar os seus ideais naquilo que existe verdadeiramente e enfim, acreditar que é possível. O homem que implantou a afetividade e o amor, disse A arte da educação deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída a partir do conhecimento profundo da natureza humana”.  Johann Heinrich Pestalozzi, o pioneiro da reforma educacional.

“Todos me chamam pivete, mas poucos me deram apoio moral”. Com essas frases recorrentes de críticas da sociedade aos que se encontram em vulnerabilidade social, fica cristalino que é sempre necessária a reflexão entre o que falamos e o que praticamos, pois, se enquanto Educadores Sociais, agentes transformadores e que devem se indignar sempre, aceitarmos e concordarmos com o quadro atual como natural, na maior das normalidades, será difícil modificar o que se apresenta. Ter responsabilidade com o educando e compromisso com os nossos afazeres nas mais diversas instituições, são preceitos fundamentais para o cumprimento do papel que se deve desempenhar para o desenvolvimento humanizado através da Pedagogia Social.

O massacre psicológico desse menino está na última frase. “Se eu pudesse eu não seria um problema social”. Como a família fez falta, como a infância fez falta, como a escola fez falta, como um bom Governo faz falta!
Apesar do sofrimento dos milhões de vulneráveis que se encontram nesta mesma situação, carregar esse estigma é doloroso demais, é atribuir à criança e ao adolescente toda culpa de um sistema marcado por desserviço, ausências e omissões de muitos anos, é culpabilizar o menos culpado!
Sem alternativas muitos carregam essa culpa, mas são resilientes e, superam as expectativas e prosseguem no intuito de conquistar o seu espaço, graças ao resgate da valorização do ser humano, através dessa que inclui, que respeita, é afetiva, criativa, não engessada e que é real. A Pedagogia Social.

Conclusão

Concluo este trabalho sobre a discussão do por que Pedagogia Social e a música Problema Social, com o sentimento que os problemas de vulnerabilidade social no amplo sentido, continuam numa linha tênue, e que ainda temos que nos dedicar muito para combater os interesses dos responsáveis, que teimam em perpetuar um modelo engessado, e, sobretudo, lucram com os que se encontram nessa situação. Mudar esse paradigma conscientemente com ações bem articuladas em rede, que venham ser vantajosas para a Educação, pois, a verdade é que se faz urgente a necessidade de uma mudança, mas que seja, cautelosamente, com um projeto em longo prazo. Repensar as práticas, para que não se cometa os mesmos erros do passado e presente e, que possamos avançar para um modelo de qualidade, com padrões adequados para o nosso público alvo. Ouso afirmar que, atualmente, será muito difícil ter outra possibilidade e, o caminho para solução do problema perpassa pela Pedagogia Social, com a valorização dos Profissionais da Rede, atores importantes nesse caminhar e buscar alternativas ao arregaçar as mangar para um trabalho, que é urgente, pois significará muito, principalmente para o educando, nas perspectivas de futuro do País.  
Com a certeza, a parcela para erradicação do “Problema Social” e respondido na afirmação do por que Pedagogia Social, reafirmando a base que é o tripé: Construção da sua própria identidade, da aceitação e da responsabilidade. Seguramente, é o caminho a ser percorrido!




“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.”
REFERENCIAS
Música : Problema social
·         Autor: Guará , Fernandinho
·         Álbum: Menino De Pé No Chão
·         Estilo: Samba / Pagode
·         Gravadora: NB Show
·         Selo: Independente
·         Ano: 2007



http://letras.mus.br/neguinho-da-beija-flor/problema-social/ ( Música / Problema Social) - Acessado em 25/07/2014


http://letras.mus.br/seu-jorge/456890/    ( Música / Problema Social)  - Acessado em 25/07/2014

https://www.youtube.com/watch?v=IxmBRrbEhFA (Filme Crianças Invisíveis) – 28/07/2014


Niterói, 10 de Agosto de 2014