Seguidores

Translate

Wikipedia

Resultados da pesquisa

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

TRABALHO PARA O CURSO DE EXTENSÃO PIPAS ANALISE DA MUSICA E A PEDAGOGIA SOCIAL

 Autor: Jacy Marques Passos

 Curso de Extensão em Pedagogia Social para o Século XXI.


Atividade Prática:

Escolher uma letra de música discutir a partir do texto: Por que Pedagogia Social
   

 

Música: Problema social



Se eu pudesse dar um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão

Não aprendia as maldades que essa vida tem                               
Mataria a minha fome sem ter que lesar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa Funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava o meu destino
Hoje eu seria alguém

Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social



PEDAGOGIA SOCIAL , A POSSIBILIDADE INCLUSIVA


Inicio a discussão da triste realidade que contempla milhões de crianças e adolescentes, que precocemente adultizam, nos mais diversos Estados da nossa Nação, pontuando a falta de oportunidades e o quanto esses cidadãos pedem socorro. Crianças que por diversos fatores são excluídas da própria infância, e que representam, o rompimento total dos vínculos familiares e afetivos, com efeito natural da perda de identidade. Não oportunizar uma perspectiva de vida melhor em seus direitos básicos constitucionais é perder muitos desses meninos e meninas para ilegalidade, é deixa-los à margem. Dessa forma, fica bem marcada a ausência do Poder Público, que os lança a própria sorte e, buscar uma solução para o problema que se arrasta há décadas, desde a época dos avós, será um desafio de muitas gerações que deverá acreditar no potencial de transformação do quadro em que se encontra o País hoje. 

A população, em especial, a que se encontra em vulnerabilidade social, cresce e muito, segundo dados da Secretaria Nacional da Assistência Social. Essa mesma população, nosso público alvo, representado no cotidiano através das imagens assistidas nas ruas, nas escolas, nos abrigos dão visibilidade aos erros do passado e do presente.

Atingi-los, ao dissuadir Educadores Sociais comprometidos ao mutirão urgente de ações assertivas, que visam à inclusão social do indivíduo às praticas educacionais, em todos os níveis, será extremamente essencial e, resultará em dar um “toque no destino” do “adultizado” menino, do “peregrino nesse imenso mundo cão”, reduzindo o numero de bons meninos que vendem limão e trabalham na feira pra comprar seu pão.

Promover a transformação através da Pedagogia Social, pensar futuro com proatividade é um nobre desafio e uma ferramenta que não se pode abrir mão. Abraça-la integralmente, com foco inicial na construção do indivíduo e da sua própria identidade, com práticas eficazes, sedutoras, adequadas, atuais e efetivas, são indispensáveis, e abrirá um leque de possibilidades no desenvolvimento do cidadão que não se pode mensurar, mas com a certeza, que em meio às dificuldades, haverá progresso e matará sua fome “sem ter que lesar ninguém”.

O afastamento nefasto desse sujeito do convívio familiar, por qualquer que seja o motivo, ou para as ruas, tráfico de drogas, trabalho infantil, acolhimento institucional, enfim, qualquer que seja a situação de vulnerabilidade que se encontre, no universo escolar, fará acontecer em algum momento o fenômeno da não aceitação de si em relação à sociedade e, consequentemente, no revés, a sua afirmação pela imposição. O autor fala da Funabem, moradia “desde os tempos de neném” e que se ele pudesse tocar no destino, hoje poderia ser alguém. Sem dúvida, naquela época, vivia-se sob a tutela do Estado, regido pelo Código de Menores de 1979, (lei 6.697 de 10/10/79), que tratava da Doutrina da “Situação Irregular”, numa instituição feita para os incautos, filhos da pobreza, onde os métodos aplicados não eram pedagógicos, o que reprimia os sentimentos e os afastava ainda mais do prazer de viver, sem mencionar, em muitos casos, as rupturas nos relacionamentos familiares, o que traz a baila o distanciamento consequentemente da escola.

Reafirma-se a questão da aceitação, um dos pilares da Pedagogia Social. Esse cidadão, agora se reconhece, e que aceita-lo, não seria algo tão fácil diante das circunstâncias. Resgatar a autoestima e a aceitação, num trabalho realizado com o educando, a partir, do conhecimento e do respeito às suas histórias e realidades, tornará inteligível esse lidar.  Esse feeling, o Educador Social necessita para trabalhar a sua aceitação e a do outro, num trabalho onde o mecanismo requer muita sensibilidade na fala e na escuta e, a Pedagogia Social, nos proporciona uma gama de elementos a serem utilizados para que possamos obter resultados positivos e satisfatórios dentro da perspectiva do cidadão de direitos e deveres. “Hoje eu seria alguém”.

O sonho de todos é uma sociedade igualitária, com o fortalecimento das Instituições Educacionais, abrigos e presídios vazios, sem trabalho infantil indiscriminado, com políticas sociais, de educação, saúde, emprego e habitação com acessibilidade para todos, mas que na prática, infelizmente, é bem diferente. A realidade de 5,3 milhões de jovens entre 18 e 25 anos é que estão fora da educação formal e do mercado de trabalho (geração nem nem), o que representa quase a população da Dinamarca. Dados que percebemos quando o autor diz “queria eu ser um intelectual”, “mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal”. A interrogação vem no como fomos educados, como estamos educando, como queremos que seja a educação?

A certeza é que queremos uma educação inclusiva em todos os níveis e aspectos, uma Pedagogia Social onde seja respeitada a história do indivíduo na perspectiva do fortalecimento dos vínculos, onde realmente o cidadão tenha chance de transformar os seus ideais naquilo que existe verdadeiramente e enfim, acreditar que é possível. O homem que implantou a afetividade e o amor, disse A arte da educação deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída a partir do conhecimento profundo da natureza humana”.  Johann Heinrich Pestalozzi, o pioneiro da reforma educacional.

“Todos me chamam pivete, mas poucos me deram apoio moral”. Com essas frases recorrentes de críticas da sociedade aos que se encontram em vulnerabilidade social, fica cristalino que é sempre necessária a reflexão entre o que falamos e o que praticamos, pois, se enquanto Educadores Sociais, agentes transformadores e que devem se indignar sempre, aceitarmos e concordarmos com o quadro atual como natural, na maior das normalidades, será difícil modificar o que se apresenta. Ter responsabilidade com o educando e compromisso com os nossos afazeres nas mais diversas instituições, são preceitos fundamentais para o cumprimento do papel que se deve desempenhar para o desenvolvimento humanizado através da Pedagogia Social.

O massacre psicológico desse menino está na última frase. “Se eu pudesse eu não seria um problema social”. Como a família fez falta, como a infância fez falta, como a escola fez falta, como um bom Governo faz falta!
Apesar do sofrimento dos milhões de vulneráveis que se encontram nesta mesma situação, carregar esse estigma é doloroso demais, é atribuir à criança e ao adolescente toda culpa de um sistema marcado por desserviço, ausências e omissões de muitos anos, é culpabilizar o menos culpado!
Sem alternativas muitos carregam essa culpa, mas são resilientes e, superam as expectativas e prosseguem no intuito de conquistar o seu espaço, graças ao resgate da valorização do ser humano, através dessa que inclui, que respeita, é afetiva, criativa, não engessada e que é real. A Pedagogia Social.

Conclusão

Concluo este trabalho sobre a discussão do por que Pedagogia Social e a música Problema Social, com o sentimento que os problemas de vulnerabilidade social no amplo sentido, continuam numa linha tênue, e que ainda temos que nos dedicar muito para combater os interesses dos responsáveis, que teimam em perpetuar um modelo engessado, e, sobretudo, lucram com os que se encontram nessa situação. Mudar esse paradigma conscientemente com ações bem articuladas em rede, que venham ser vantajosas para a Educação, pois, a verdade é que se faz urgente a necessidade de uma mudança, mas que seja, cautelosamente, com um projeto em longo prazo. Repensar as práticas, para que não se cometa os mesmos erros do passado e presente e, que possamos avançar para um modelo de qualidade, com padrões adequados para o nosso público alvo. Ouso afirmar que, atualmente, será muito difícil ter outra possibilidade e, o caminho para solução do problema perpassa pela Pedagogia Social, com a valorização dos Profissionais da Rede, atores importantes nesse caminhar e buscar alternativas ao arregaçar as mangar para um trabalho, que é urgente, pois significará muito, principalmente para o educando, nas perspectivas de futuro do País.  
Com a certeza, a parcela para erradicação do “Problema Social” e respondido na afirmação do por que Pedagogia Social, reafirmando a base que é o tripé: Construção da sua própria identidade, da aceitação e da responsabilidade. Seguramente, é o caminho a ser percorrido!




“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.”
REFERENCIAS
Música : Problema social
·         Autor: Guará , Fernandinho
·         Álbum: Menino De Pé No Chão
·         Estilo: Samba / Pagode
·         Gravadora: NB Show
·         Selo: Independente
·         Ano: 2007



http://letras.mus.br/neguinho-da-beija-flor/problema-social/ ( Música / Problema Social) - Acessado em 25/07/2014


http://letras.mus.br/seu-jorge/456890/    ( Música / Problema Social)  - Acessado em 25/07/2014

https://www.youtube.com/watch?v=IxmBRrbEhFA (Filme Crianças Invisíveis) – 28/07/2014


Niterói, 10 de Agosto de 2014

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI SEU COMENTÁRIO
Um grande abraço!