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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
POR UMA EDUCAÇÃO SEM COR!
POR UMA EDUCAÇÃO SEM COR !
Devido
à multiplicidade de fatores e diversidades, não se pode pensar escola, que
pertence a um contexto social tão amplo, e que, sobremodo, exerce um papel
transformador na sociedade limitar esse espaço, que por natureza, tão
democrático a demarcar capacidades a partir da cor da pele ou etnia. Incorrer
em erros históricos, que resultaram em uma dívida social que é grande por conta
desse preconceito e discriminação, que atravessa séculos, e sobremaneira, ainda
paira nos ambientes escolares, de note a sul, de leste a oeste, significa
reproduzir erros fatais, como constataremos a seguir.
Lia
Vasconcelos, também registra em sua pesquisa que à medida que se avança em
direção aos mais altos estratos de renda, sua presença diminui até atingir
apenas 13% entre os 1% mais ricos, situação que permaneceu inalterada ao longo
dos anos 90. As dificuldades no que diz respeito a se colocar no mercado de
trabalho são formadas muito antes do momento da procura do emprego,
especialmente pelas diferenças de acesso à educação. Em 2001, 10,2% dos
brancos e apenas 2,5% dos negros tinham concluído o ensino superior, com uma
vantagem de quatro vezes para os brancos.
A
situação já foi pior, porque em 1960 o número de brancos com diploma
universitário era 14 vezes superior ao dos negros. No entanto, a distância
voltou a aumentar entre 1991 e 2000, quando o número de matriculados nas
universidades passou de 1,4 milhão para quase 3 milhões, mas não houve maior
inclusão de negros, uma vez que sua participação no sistema caiu ligeiramente,
de 19,7% para 19,3%, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano deste
ano elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),
que elegeu como tema a igualdade racial. “A questão da igualdade racial é um
problema monstruoso”.
Ao
final do segundo grau, os negros já perderam a corrida há muito tempo. “As
políticas públicas que existem hoje são pífias”, diz Sergei Suarez Dillon
Soares, pesquisador do Ipea que desenvolveu, em 2000, um estudo comparando as
diferentes condições de negros e brancos no mercado de trabalho.
Atualmente,
percebe-se que o nosso ideal é por uma escola sem cor, luta-se por inclusão,
justiça e equidade nas relações sociais, combatendo preconceitos e
discriminação, e inúmeras questões transversais aos conceitos de escola pública
que hoje, não condiz com a intenção de sua origem e, com essa dificuldade, reafirmam
uma condição desigual na perspectiva de ascensão de uma determinada raça ou
etnia em detrimento de outras, que se traduz em heteronomia de políticas
assistencialistas que não resolvem o problema, que na verdade são paliativos
incapazes de promoverem mudanças efetivas em relação a temática.
E o que significa racismo? É
um termo amplo utilizado para descrever muitos e variados tipos de crenças e
atos que negam a igualdade fundamental de todos os seres humanos, em função da
percepção de diferenças de "raça", ascendência, cor ou aparência. O
racismo é a utilização de tais características superficiais para privilegiar de
maneira injusta grupos ou indivíduos em detrimento de outros que parecem ser
diferentes.
A discriminação racial é o
racismo em ação. Os instrumentos internacionais definem a discriminação racial
como: Qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, ascendência ou origem nacional ou étnica que tenha como finalidade ou
efeito anular ou impedir o reconhecimento, gozo ou exercício, em pé de
igualdade, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político,
econômico, social e cultural, entre outros, da vida pública. Apesar dos
avanços, o racismo e a discriminação ainda não morreram, e suas consequências
também persistem como fontes de sofrimento, conflito violento, pobreza, tensão
social e desperdício de recursos—tanto humanos quanto financeiros — no Brasil,
na África do Sul, nos Estados Unidos e no resto do mundo.
UM POUCO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
I.
Constituição de 1934 – O Ensino primário,
assegurado presencial e gratuito.
II.
1947-Governo Federal, Campanha de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA)
III.
LDB 4021/ 1961
IV.
Decreto 69.450 /1971
V.
Constituição de 1988 - Igualdade de
condições para o acesso e permanência na Escola
VI.
LDB 9.934/1996
Resgatando
a história da educação a partir da década de 40, a tentativa de mudança
inicia-se em 1947 onde, o Governo Federal, lança sua Campanha de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA), como primeira política publica de Educação. A
visão, no entanto era a de combater o analfabetismo, onde era interessante a
erradicação, pois o analfabeto não tinha o direito ao voto. A preocupação,
portanto, não era com étnica ou diversidades, apesar da maioria nesse processo,
não ser de brancos. Como era uma “campanha” durou até 1963.
Miguel Arroyo aponta que na educação de
Jovens e adultos, em sua grande maioria são trabalhadores urbanos e rurais,
oprimidos e pobres, tendo como destaque desse grupo a participação da população
MESTIÇA e NEGRA, expulsa dos bancos escolares, ou seja, que não tiveram
oportunidade de ingressar na Escola na idade desejada.
“A ideia de “aluno pobre coitado que está
destinado ao fracasso e a evasão escolar não podem estar presente no universo
escolar” Miguel Arroyo
Nesse contexto, Trindade (2002, p. 12) diz
que Se olharmos o (a) aluno (a) como incapaz, menor, nossa ação vai se dirigir
a ele de modo a subestima-lo das suas múltiplas possibilidades, e esse
olhar/ação pode junto com outros fatores ajudar para que ele/ela se acredite
assim incapaz [...] Estamos falando de um processo por meio do qual os sujeitos
envolvidos, educador e educando, ressignificam suas experiências de escola, de
trabalho e de vida na direção da construção de uma escola plural, inclusiva, e
comprometida com a transformação dos indivíduos e da sociedade.
Concluo que, há possibilidade de uma EDUCAÇÃO sem cor, sim, não apenas lhes garantindo o acesso pleno e gratuito à escola, como preconizam as Constituições promulgadas em 34, 67 e 88, em nosso País, pois, leis como as explanadas, existem, mas a letra fria da lei, por si só não resolve, docentes ou educadores sociais comprometidos também fazem parte do contexto. Tais fatos, possibilitam, e na teoria, bastariam para a tão sonhada escola, como no Poema de Carlos Drummond de Andrade, “A Escola dos meus sonhos”.
No entanto, na contramão dos interesses, existem ainda muitos preconceitos e discriminações, que culminam em acessos negados, aumentando ainda mais a dívida social, onde se tenta pagar essa dívida com a sociedade, promovendo meios segregadores e excludentes, por intermédio de “cursinhos” para resgatar em um ano, o que o aluno sem cor, não conseguiu em vários anos na idade correspondente, por ter sido privado de seu direito por inúmeros fatores, principalmente social e econômico, com a máxima da educação inclusiva. Refletindo sobre Inclusão, integração ou exclusão?
A Reflexão é muito mais profunda do que pensamos, pois agora existe a consequência, chamada distorção idade/série, que lhe impede e dificulta de ingressar no primeiro emprego ou mercado de trabalho, que não lhe concede a autonomia porque representa aquele que não acessou na idade que lhe caberia, e agora faz parte da cruel estatística como aponta Miguel Arroyo. São estes os que estão fora dos “padrões”, credenciados a não poder fazer parte dessa construção, e que ainda, colorem as escolas.
Esses fatos agora impedem de avançarmos, rumo a “descolorização” da EDUCAÇÃO, por conceitos preestabelecidos, políticas públicas deficitárias e paradigmas reproduzidos ainda hoje, século XXI, no sentido da igualdade social, racial e étnica. Ao passo que, existindo alteridade (termo da antropologia), privilegiaríamos os relacionamentos humanos, respeitando as diferenças e diversidades, e por fim, conscientizados para conscientizar que, cada ator tem seu papel, relevante e de responsabilidade, que significa dar visibilidade ao que seria o nosso foco, a escola sem cor em um País igualitário em pleno desenvolvimento e com justiça social, que ainda não existe pela ausência de uma mobilização mais efetiva e com uma sociedade desapropriada dos direitos humanos.
Quando nos apropriamos dos direitos na sua totalidade, que é dificultado em todas as épocas, de fato, avançaremos na perspectiva de uma conscientização mais humanizada e menos mecânica que perpassa todos os ambientes, mas que pressupõe a imprescindibilidade nesse ambiente democrático, que é o espaço escolar, onde a consciência pode começar a ser o diferencial.
AUTOR: Jacy Marques Passos
REFERENCIAS
http://www.mundoeducacao.com/geografia/as-etnias-no-brasil.htm
- Acessado em 15/12/2014
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=956:reportagens-materias&Itemid=39
– ACESSADO EM 16/12/14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao34.htm
- Acessado em 16/12/2014
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm
- acessado em 16/12/2014
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
- acessado em 16/12/2014
http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0126.pdf
- 16/12/2014
http://www.beyondracism.org/port_exec_sum.htm
- acessado em 16/12/2014
http://www.uneafrobrasil.org/images/conteudos/131017_bapi4_daniel_racismo.pdf
- acessado em 16/12/2014
http://www.uneafrobrasil.org/images/conteudos/1301017_boletim_analisepolitico_04.pdf
- acessado em 16/12/2014
http://umhistoriador.wordpress.com/2014/01/30/racismo-no-brasil-negros-ganharam-574-do-salario-dos-brancos-em-2013/
- Acessado em 17/12/2014
http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2013/10/18/negros-sao-70-das-vitimas-de-assassinatos-no-brasil-reafirma-ipea/
- Acessado em 17/12/2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
O "Saber de Experiencia Pura" por Jacy Marques
“Ensinar Exige Criticidade”
Discência torna-se relevante e significativa, quando pensamos, Pedagogia Social, articulado às práticas profissionais, como possibilidade de educação inclusiva para quebrar paradigmas e, superar o senso comum. Essas práticas, não transversal à proposta pedagógica, realizadas com afetividade, objetivam valorizar o processo de aprendizado, favorecendo a desconstrução da heteronomia dos métodos rigorosos de ensino que, através dessa ação experiencial, com deferência aos saberes socialmente construídos do educando, harmonizam os saberes, numa relação, ensinar-aprender contínua que tem como finalidade, desenvolver a autonomia do educando.
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” Paulo Freire
Valorizar o indivíduo, não apenas transferir conhecimentos, buscar alternativas e, ter a compreensão da amplitude da responsabilidade na construção de um caminhar com qualidade, é o papel do Educador Social que, perpassa também, por ser um Educador crítico, não mecânico nas atitudes, e essa criticidade, aguçará a curiosidade, produzindo assim, novos aprendizados e conhecimentos. O “saber de experiência pura” ocorre nos espaços de atuação do Educador Social, alinhado às demandas sociais, transformando-se num campo pedagógico, rico em aprendizado e repleto de perspectivas, quando, educador e educando oportunizam desenvolvimento de experiências que, serão trabalhadas em atividades apropriadas respeitando a condição peculiar do educando. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” Paulo Freire
Jacy Marques Passos - Educador Social
REFERENCIA:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Site do CONANDA
Educadores Sociais: Acesse!
Conanda - Saiba de tudo que acontece >>>>>>>>
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)
Entre no site http://www.sdh.gov.br/sobre/participacao-social/conselho-nacional-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-conanda
| O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente |
| Legislação | Resoluções | O ECA | Eleições |
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA é um órgão colegiado permanente de caráter deliberativo e composição paritária, previsto no artigo 88 da lei no 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Integra a estrutura básica da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/
EDUCADORES em ALERTA!
Brasil é o 8° país com maior número de analfabetos adultos, diz Unesco
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (29/11) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos. Ao todo, o estudo avaliou a situação de 150 países.
De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país. Em todo o mundo, segundo o 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco, há 774 milhões de adultos que não sabem ler nem escrever, dos quais 64% são mulheres. Além disso, 72% deles estão em dez países, como o Brasil. A Índia lidera a lista, seguida por China e Paquistão. O estudo também mapeou os principais desafios da educação no planeta. A crise na aprendizagem não é só no Brasil, mas global. Para a Unesco, o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores. No Brasil, por exemplo, atualmente menos de 10% dos professores estão fazendo cursos de formação custeados pelo governo federal, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Entre os países analisados, um terço tem menos de 75% dos educadores do ensino primário treinados.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/brasil-e-o-8-pais-com-mais-analfabetos-adultos-diz-unesco.html acessado em 04/12
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/01/brasil-e-o-8-pais-com-mais-analfabetos-adultos-diz-unesco.html acessado em 04/12
terça-feira, 25 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
TRAMITAÇÃO DO PROJETO DE LEI Nº 1729/2008- Rio de Janeiro - Educadores Sociais
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/ - Acessado 24/11/2014
Legislação Citada - PROJETO
DE LEI Nº 1729/2008
Informações Básicas
Informações Básicas
Código
|
20080301729
|
Autor
|
PAULO RAMOS
|
Protocolo
|
14774
|
Mensagem
|
|
Regime de
Tramitação
|
Ordinária
|
Link:
|
Datas:
Entrada
|
26/08/2008
|
Despacho
|
26/08/2008
|
Publicação
|
27/08/2008
|
Republicação
|
Comissões a serem distribuídas
01.:Constituição e Justiça
02.:Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania
03.:Trabalho Legislação Social e Seguridade Social
04.:Servidores Públicos
05.:Orçamento Finanças Fiscalização Financeira e Controle
EDUCADORES SOCIAIS - PROJETO DE LEI 5346/2009 - DEP. FEDERAL(CE) CHICO LOPES
Pareceres Aprovados ou Pendentes de Aprovação
Comissão
|
Parecer
|
|
Comissão de Educação e de Cultura ( CEC )
|
12/12/2011 - Parecer do Relator,
Dep. Ângelo Vanhoni (PT-PR), pela aprovação. Inteiro teor
14/12/2011 12:00 Reunião Deliberativa Ordinária Aprovado por Unanimidade o Parecer. |
|
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço
Público
(CTASP)
|
08/05/2013 - Parecer do Relator,
Dep. Assis Melo, pela aprovação, com substitutivo.Inteiro teor
21/08/2013 12:00 Reunião Deliberativa Ordinária Aprovado por Unanimidade o Parecer. |
|
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
( CCJC )
|
02/04/2014 - Parecer da Relatora,
Dep. Iriny Lopes (PT-ES), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica
legislativa deste, nos termos do Substitutivo da Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público. Inteiro teor
|
|
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=437196
–
Fonte Camara dos Deputados - ACESSADO EM 24/11/2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
EDUCADORES SOCIAIS - CBO - Ministerio do Trabalho e Emprego
Descrição - Classificação Brasileira de Ocupação - (CBO)
5153 :: Trabalhadores de atenção, defesa e proteção a pessoas em situação de risco e adolescentes em conflito com a lei
Títulos |
---|
5153-05 - Educador social
Arte educador, Educador de rua, Educador social de rua, Instrutor educacional, Orientador sócio educativo
|
5153-10 - Agente de ação social
Agente de proteção social, Agente de proteção social de rua, Agente social
|
5153-15 - Monitor de dependente químico
Conselheiro de dependente químico, Consultor em dependência química
|
5153-20 - Conselheiro tutelar
|
5153-25 - Sócioeducador
Agente de apoio socioeducativo, Agente de segurança socioeducativa, Agente educacional, Atendente de reintegração social
|
Descrição Sumária |
---|
Visam garantir a atenção, defesa e proteção a pessoas em situações de risco pessoal,social e a adolescentes em conflito com a lei. Procuram assegurar seus direitos, abordando-as, sensibilizando-as, identificando suas necessidades e demandas e desenvolvendo atividades e tratamento.
Fonte Ministério de Trabalho e Emprego
|
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
ANALISE DO TEXTO DE DRUMMOND
Curso de Extensão em Pedagogia Social para o Século
XXI.
Atividade Prática:
Discutir a Poesia de Drummond “A Escola dos meus sonhos” e
analisar
Jacy Marques Passos
Niterói, 20 de Novembro de 2014.
INTRODUÇÃO
O Curso de Extensão de Pedagogia Social (PIPAS)
que acontece na UFF proporciona preciosos aprendizados. E a tarefa desse mês
nos remete a uma reflexão séria sobre o olhar sobre as nossas práticas e do
quanto, os educandos necessitam dessa transformação. Com certeza, a escola não
tem como mudar sozinha, não se pode deixar a cargo apenas da diretora essa
responsabilidade, onde, o desenvolvimento do Plano político pedagógico, deva
ser realizado a varias mãos, com a participação de pais, docentes e alunos,
devolvendo a comunidade, um lugar onde o aluno sinta o prazer de estar, de
conviver e, sobretudo, seja prazeroso estudar.
“a semente da divindade está em
todos, basta que se traga a tona” e “não existe pedagogia se não houver amor” Johann
Heinrich Pestalozzi
Pedagogia Social, matéria exposta com o respeito que o tema merece pela
professora Margareth Martins Araújo, deixou clara essa posição, onde, o papel
do Educador e do educando devem ser de mútuo respeito, e que, através dessa Poesia
“A Escola dos meus sonhos”, poder contemplar realidades que quando
experienciadas, darão cores vivas à Educação, pois não ensinamos máquinas,
trata-se de pessoas em desenvolvimento que vão requerer do docente, segundo o
Mestre Paulo Freire, um saber de experiência pura, para que não mais tenhamos
tantas evasões escolares, tanto descrédito na formação de alunos, para que se
possa dentro de um Projeto ético, político pedagógico, transformar e quebrar
paradigmas, no qual vivenciamos e do qual, sabemos que pode melhorar e
muito.
Muitas reflexões sobre as nossas práticas, pois, a indignação, deve
nortear as nossas ações, em virtude, daqueles que não querem uma
pedagogia da autonomia, da superação, do amor, da inclusão, da afetividade,
porque “tramam contra aquele espaço em realizamos nossas atividades, tramam
contra o educando, tramam contra o Educador, enfim, tramam contra as nossas
ideias”.
Faço questão de pontuar o recorte sobre o mundo atual feito, pela
professora Margareth, pois, trazem questionamentos que potencializam e norteiam
as nossas práticas, por um viés reflexivo, sobre as nossas atuações, na
interface do nosso papel, enquanto Educador Social, profissional de um espaço
de convivência e suas diversidades, que propõe indignar-se sempre. As
pontuações verdadeiras desse recorte dão visibilidade ao que está intrínseco e,
acrescentam com essa discencia, um perceber diferente, com a dimensão exata do
que encontraremos em nossos espaços de trabalho, e com isso, entender o
educando, no que diz respeito à vulnerabilidade relacional e da falência
Universal acelerada:
Ø Escolas
que não conseguem ensinar;
Ø Universidades
nada universais;
Ø Corporações
que não conseguem cooperar sem competir;
Ø Sistema
de saúde insalubre;
Ø Sistema de bem estar social onde ninguém passa
bem;
Ø Sistemas
agrícolas que destroem o solo e envenenam alimentos.
Ao ler esta poesia, é que entendemos o quanto
necessitamos de mudanças, pois, são urgentes e necessárias na Educação, pelo
fato de perceber que, o que permeia os interesses desse importante seguimento e
estagio de nossas vidas, a escola, é a despreocupação na aplicação de métodos
que visem melhorar a condição do indivíduo que passa anos de sua vida em um
espaço, que, após tantos avanços ocorridos na humanidade, não consegue
contemplar algo diferente.
A
ESCOLA DOS MEUS SONHOS
Eu queria uma escola que
cultivasse
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.
Eu queria uma escola que educasse
seu corpo e seus movimentos:
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a natureza,
o ar, a matéria, as plantas, os animais,
seu próprio corpo. Deus.
Mas que ensinasse primeiro pela
observação, pela descoberta,
pela experimentação.
E que dessas coisas lhes ensinasse
não só o conhecer, como também
a aceitar, a amar e preservar.
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira
viva e atraente.
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse a usarem bem a nossa língua,
a pensarem e a se expressarem
com clareza.
Eu queria uma escola que lhes
ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.
Eu queria uma escola que desde cedo
usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...
Oh! meu Deus!
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.
Eu queria uma escola que educasse
seu corpo e seus movimentos:
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a natureza,
o ar, a matéria, as plantas, os animais,
seu próprio corpo. Deus.
Mas que ensinasse primeiro pela
observação, pela descoberta,
pela experimentação.
E que dessas coisas lhes ensinasse
não só o conhecer, como também
a aceitar, a amar e preservar.
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira
viva e atraente.
Eu queria uma escola que lhes
ensinasse a usarem bem a nossa língua,
a pensarem e a se expressarem
com clareza.
Eu queria uma escola que lhes
ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.
Eu queria uma escola que desde cedo
usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...
Oh! meu Deus!
Deus que livre vocês de
uma escola
em que tenham que copiar pontos.
Deus que livre vocês de decorar
sem entender, nomes, datas, fatos...
Deus que livre vocês de aceitarem
conhecimentos "prontos",
mediocremente embalados
nos livros didáticos descartáveis.
Deus que livre vocês de ficarem
passivos, ouvindo e repetindo,
repetindo, repetindo...
Eu também queria uma escola
que ensinasse a conviver, a
coooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.
Que vocês aprendessem
a transformar e criar.
Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção.
Ah! E antes que eu me esqueça:
Deus que livre vocês
de um professor incompetente.
em que tenham que copiar pontos.
Deus que livre vocês de decorar
sem entender, nomes, datas, fatos...
Deus que livre vocês de aceitarem
conhecimentos "prontos",
mediocremente embalados
nos livros didáticos descartáveis.
Deus que livre vocês de ficarem
passivos, ouvindo e repetindo,
repetindo, repetindo...
Eu também queria uma escola
que ensinasse a conviver, a
coooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.
Que vocês aprendessem
a transformar e criar.
Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção.
Ah! E antes que eu me esqueça:
Deus que livre vocês
de um professor incompetente.
Carlos Drummond de Andrade
A escola do sonho de todos é essa. Um ambiente onde
o aluno é quem deve ser o protagonista e com isso, ser mais respeitado.
Sonhar uma escola onde não haja tantas cobranças, tantos
nomes e datas a gravar, enfim, tantas responsabilidades que não redundam em
autonomia, é engessar e limitar a capacidade do ser humano. Trabalhar no
sentido de buscar, alternativas sólidas de um viver com liberdade de expressão
entendendo que trabalhinhos de aula, trabalhinhos de casa, tornam-se abstrações
na vida do educando.
Drummond
destaca a relevância de um aprender e o quanto, a discência, será fundamental e
imprescindível, no momento que, se entender, que as fases da infância e o
adolescer, necessitam de construções que venham e tragam, nesse contexto,
prazer e alegria de estar na escola e fazer parte de uma turma em sala de aula.
Atualmente, crianças e adolescentes não aceitam mais
blá blá blá, estão requerendo do Educador uma abordagem acerca das demandas do
cotidiano, lembrando que as matérias convencionais, não podem nem devem ser
abstraídas, do currículo escolar, nem da vida do educando, mas podem sim, serem
acrescidos ao ensinar o saber de experiência pura, onde essas demandas parte
integrante dessas realidades e o
material explícito inerentes a esses alunos, devam sim, ser tratados com o
respeito e a dignidade que merecem.
A escola dos sonhos, não tem paredes ou muros que
demarque os espaços, não tem limite para se aprender e ensinar, ela é
construída, a partir da certeza que mudanças urgentes são inquestionáveis,
transformações precisam nortear essa construção, e isso, perpassa em deixar a
criança ser criança e o adolescente ser adolescente, e o educador, esse, deve
internalizar o seu papel e sua competência, cuja finalidade e a função, vai
muito alem dos muros e portões de um prédio, e só assim, contemplar esse novo
paradigma, e com toda razão ser e estar fazendo parte de uma história, não só
na educação, mas nas vidas que nos são entregues todos os dias.
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” Paulo Freire
CONCLUSÃO
No
escopo da Pedagogia social, reside um leque de possibilidades apresentada de
forma bem dissertada pela Professora Margareth, na poesia de Carlos Drummond,
que dialoga perfeitamente com esse pensar, percebemos que ainda há muito o que
se fazer, e na escola espaço de formação em todos os graus, deveria haver mais
respeito e dignidade com o educando e, ao entendermos a mensagem de Drummond,
os que tramam contra a Educação de qualidade, irão dizer: Tudo é muito lindo no papel, na prática não dá certo.
Para esse grupo de pessimistas de plantão deixo
uma importante frase da professora Gabriella Mafei: “Se há falhas nas nossas
práticas é porque, provavelmente houve falhas e obstáculos na nossa formação”.
Buscar
alternativas para um construir consciente é agir na prevenção, e levar o
educando, a refletir e valorizar as conquistas, atuar com respeito à sua
história, desenvolver-se enquanto pessoa e profissional na dura realidade de
crianças e adolescentes, pois, a desigualdade social trás consequências que
implicam sobremaneira o público infanto-juvenil, que é o nosso público alvo.
Valorizar o indivíduo, não apenas,
transferir conhecimentos, buscar alternativas e, ter a compreensão da amplitude
da responsabilidade na construção de um caminhar com qualidade, é o papel do
Educador Social que, perpassa também, por ser um Educador crítico, não mecânico
nas atitudes, e essa criticidade, aguçará a curiosidade, produzindo assim,
novos aprendizados e conhecimentos.
Concluo acenando
positivamente para essa realidade e afirmar que podemos sonhar sim com essa
escola, contudo, melhorar nossas praticas valorizando o educando, a escola e sobretudo,
a Educação será primordial nas nossas ações e, um grande passo para essa tão
sonhada escola, a escola dos nossos sonhos, alicerçados por uma certeza. A certeza
que é possível!
Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!
Paulo Freire
REFERENCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1970.
PESTALOZZI, Johann Heinrich - Minhas
indagações sobre a marcha da natureza no desenvolvimento da espécie humana (A
Teoria dos três estados do desenvolvimento moral), 1797.
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